Bem vindos à biblioteca: um review da série “The Librarians”!
Em 2004, a TNT lançou o primeiro filme da Trilogia “The Librarian”. Dirigido por Peter Winther, o filme coloca Noah Wyle (de Plantão Médico e Falling Skies) no papel de Flynn Carsen, um eterno estudante universitário que, com mais de 30 anos de idade, tem uma coleção de PhDs e uma vasta gama de conhecimentos, mas nenhuma experiência de vida real. Ele está aterrorizado com a ideia de ter que enfrentar o mundo real e, por isso, prefere permanecer na segurança da universidade.
Tudo isso muda quando ele recebe uma misteriosa carta da Biblioteca Metropolitana, o convidando para uma entrevista de emprego. Ele consegue a vaga e se torna “o bibliotecário”. Ele logo descobre que suas funções vão muito além de guardar livros, pois magia é algo real e a Biblioteca é uma espécie de santuário mágico, para onde são levados artefatos mágicos que precisam ser mantidos longe das mãos erradas.
Flynn acaba sendo enviado em uma busca insana, onde ele enfrenta uma organização maligna chamada de Irmandade da Serpente, para recuperar os pedaços da Lança do Destino e interromper seus planos malignos.
O filme tem uma pegada à la Indiana Jones, com bastante personalidade e direito a exploração de tumbas antigas repletas de armadilhas. Também há elementos mágicos, como a espada Excalibur e a Arca da Aliança. O filme rendeu duas continuações, em 2006 e 2008, onde Wyle vai se tornando cada vez mais confiante nos sapatos do bibliotecário.
Dez anos depois da estreia do primeiro filme, Wyle volta ao papel de Flynn Carsen, no seriado The Librarians, que estreou dia 07 de dezembro de 2014. A série mantém muitos dos elementos do filme, como seu tom leve e os elementos mágicos. Com exceção de Wyle, a série traz um elenco todo novo, com três novos bibliotecários e uma guardiã.
Um guardião é o protetor do bibliotecário, responsável por sua integridade física e mental. Na série, a guardiã é Eve Baird, interpretada por Rebecca Romijn (a Mística, da primeira trilogia dos X-Men).
Além da guardiã, os novos bibliotecários são: Jacob Stone (Christian Kane), Cassandra Cillian (Lindy Booth) e Ezekiel Jones (John Kim). São uma nova geração de bibliotecários, que estão aprendendo o ofício e, a cada episódio, acompanhamos enquanto eles enfrentam a “ameaça mágica da vez”.
The Librarians não faz nada que já não tenha sido feito antes. Ela não reinventa a roda e os personagens novos – diferente de Flynn – me parecem pouco desenvolvidos e um tanto clichê. Mas ela é uma série leve e divertida, que faz um ótimo trabalho retomando o clima da trilogia original dos filmes.
É uma série que não se leva a sério, e isso fica claro a partir do primeiro episódio. A presença de magia dá à equipe uma incrível liberdade criativa e eles se aproveitam disso, criando episódios que beiram o absurdo. Os protagonistas conhecem o Papai Noel, enfrentam contos de fadas e são puxados para dentro de um vídeo-game. E todos esses enredos absurdos são totalmente condizentes com a proposta da série.
Para mim, The Librarians acertou em cheio nisso. Em uma época cheia de séries de investigação e super-heróis sombrios e sérios (Arrow, estou olhando para você), temos uma necessidade de séries que não se levem tanto à sério, e The Librarians preenche essa lacuna de forma adequada.
E, de todos os membros da equipe, ninguém parece estar se divertindo mais do que Noah Wyle. Ele parece amar o personagem (e por que não amaria? Flynn Carsen é o melhor) e está simplesmente felicíssimo em voltar a interpretá-lo. E, todo segundo que ele passa na tela é um prazer de se assistir.
De modo geral, isso é bom. Mas também acho que é um elemento negativo para série. É comum um personagem bem desenvolvido carregar uma série nas costas, mas quando esse personagem é um “convidado”, algo está estranho. Quando o Carsen de Wyle aparece, ele simplesmente ofusca todos os outros e os novos Bibliotecários, que deveriam ser os protagonistas da série, ficam parecendo meros coadjuvantes.
The Librarians não é uma série perfeita. Seus personagens têm pouca profundidade e alguns enredos são difíceis de engolir, mas ela mais que compensa em seu tom divertido e irreverente. Além disso, eu acho muito legal quando assisto algo e vejo que todos estão se divertindo fazendo aquilo. Se isso não bastasse, a trilha sonora (tirada dos filmes) é perfeita e aperta todos os meus botões nostálgicos.
Ela já tem duas temporadas (ambas com 10 episódios) e foi renovada para uma terceira temporada, prevista para estrear dia 20 de novembro.
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