A ODISSEIA DOS TONTOS | Entrevistamos o diretor do filme!
Após assistir o novo filme argentino, A Odisseia dos Tontos, tivemos a oportunidade de conversar com as cabeças por trás da produção, o diretor Sebastián Borensztein, e o produtor Federico Posternak.
O filme se passa em 2001, adaptando o livro “La Noche de la Usina”, mas a dupla, juntamente com a produção, fez algumas alterações nos personagens, para tentar trazer mais mulheres.
“Não é que optamos por ter poucas mulheres. O negócio é o seguinte, a história original não tinha mulheres” explicou Sebastián. E completou dizendo “É como um filme de guerra, normalmente para a guerra vão os homens, não as mulheres. Mas tentamos dar o espaço o máximo possível de espaço para as mulheres dentro de uma coisa natural, acreditável, que não fosse forçado. Também não queríamos ser mal interpretados como se estivéssemos querendo nos aproveitar disso”.Como o longa se passa há quase 20 anos, perguntamos como que foi trazer 2001 de volta para as telas, e Federico revelou que eles encontraram cidadezinhas próximas a Buenos Aires para gravar, e que não precisaram mudar quase nada por lá:
“A verdade é que a crise foi muito dura naquela época, e essas pequenas cidades ficaram como estavam. Se você vai para as cidades muito pequenas, elas estão iguais, envelhecidas”.Como a história trata de uma crise real, e que afetou os dois, eles optaram por trazer a carga de humor mais forte, justamente para aliviar um pouco a tensão de tudo.
“A crise aconteceu em 2001, e filmando em 2018 foi a distância certa para poder rir de alguma coisa. E achamos que a melhor forma de processar essa dor social, econômica, é através de humor” começou a contar Sebatián. E o diretor completou o raciocínio dizendo “Sentimos que tínhamos licença para poder fazer isso, para poder dar umas doses de humor no meio de uma tragédia social e coletiva, mas também individual. Sem humor, essa história era quase de impossível de contar. Qual é a razão para contar uma história que já vivemos, se não para mudar o tom?”.A dupla afirma que não tiveram grandes problemas durante as gravações, já que tiveram um intenso trabalho de pré-produção durante dois anos. Mas Sebastián revelou que o complicado mesmo eram as filmagens externas por conta da instabilidade:
“Eram lugares serem muito abertos. Calor, frio, chuva, sol, sem sol, mosquitos, cobras… Mas aqui estamos”.
E o esforço valeu a pena, já que A Odisseia dos Tontos é o filme representante da Argentina no Oscar do ano que vem! Mas o diretor não quer criar expectativas antes da hora, já que “são 93 filmes do mundo todo, então é difícil fazer uma previsão”.
A Odisseia dos Tontos está em exibição nos cinemas brasileiros.