Dica de leitura: O Rei de Amarelo
Olá, pessoas!!!! Depois de um longo e tenebroso inverno, ou melhor, um longo e tenebroso outono (tendo em vista que ainda não chegamos no inverno), volto a escrever para vocês sobre livros, para falar de um livro que, sim, pode ser considerado não longo, mas sim, tenebroso, e que impressionou muitos dos nossos ótimos escritores espalhados pelo mundo e o tempo afora. O Rei de Amarelo, escrito por Robert W. Chambers em 1897, chamou a atenção de escritores do gabarito de H.P. Lovecraft, e mais atualmente, Neil Gaiman e Stephen King, inclusive do roteirista da série True Detective, Nic Pizzolatto, e que se trata de um livro que está dentro de um livro… Interessou?! Vem comigo que eu conto um pouco mais sobre isso para vocês!!!
O Rei de Amarelo é uma coletânea de 10 contos, sendo que só 4 deles fazem alusão direta ao Rei de Amarelo, que dentro dos contos, é um livro muito do macabro! Quem ler (e espero que leiam), vai perceber que quem fala dele, geralmente não fala de uma maneira muito bonita, e gera um verdadeiro pavor, pois, o livro tem o poder de exercer poder na pessoa que o toca (ficou estranha a frase, eu sei, e eu juro, lembrei do Um Anel conforme ia lendo as histórias) e desgraça a vida das pessoas, literalmente, fazendo coisas muito estranhas, diga-se de passagem.
Eu acredito que, quem já leu, pelo menos um dos contos de Edgar Allan Poe (os de conteúdo aterrorizante, tipo o Gato Preto ou a Queda da Casa de Usher), vai se identificar bastante com o enredo sombrio, que te deixa sempre alerta, e que muitas vezes de deixa com a boca aberta, já que alguns desfechos, você simplesmente não espera que aconteçam, ou simplesmente, é absurdo demais para fazer algum sentido. E a piração desse livro é tanta, que se desenvolveu uma verdadeira mitologia amarela, que se percebe em passagens pelo mundo afora do terror, pois, ao se fazer pesquisas de termos que estão muito bem descritos nas notas de rodapé, percebe-se como o livro influenciou outros autores.
Apesar de ter sido escrito em 1895, como eu já havia citado anteriormente, só em 2014 que ele foi publicado aqui no Brasil, pela editora Intrínseca (pois é, antes tarde, do que mais tarde), e pode-se dizer também, que encontramos uma “divisão” dentro do livro que consiste em uma parte mais de terror psicológico e algo que transita pelo mundo fantástico e uma outra parte mais realista, que flerta muito com o decadentismo, movimento artístico literário da época.
E a loucura do livro é tão grande que, como o Rei de Amarelo (o livro que lemos) se refere durante o enredo sobre o livro o Rei de Amarelo, dando só pistas do conteúdo deste, mas não na íntegra, escritores até se atreveram em tentar fazer a peça de dois atos que manipula psicologicamente, e porque não dizer, “psicoticamente”, seu portador. Temos poucas referências de personagens e lugares… Alguns mexem muito com a nossa imaginação, como por exemplo, Carcosa ou Hastur… Não, não vou falar o que cada coisa é aqui… Ficou curioso para saber de seus lugares e personagens que tanto influenciam os lugares e personagens do livro que lemos?!
Então, sugiro que leiam. Garanto que não vão se arrepender. Espero que gostem da dica, e é claro, não deixem de comentar o que acharam do livro. Ah! E mais uma dica! As notas deste livro são muito importantes, e como uma amiga me sugeriu, leiam o que tem na nota, assim que elas aparecem, ajuda muito mesmo no desenvolvimento das tramas em nossas cabeças!!! Boa leitura e até a próxima!!!
Fonte: Indique um livro – Literatortura