Mulan homenageia o clássico, mas cria sua própria (e incrível) história

A chegada de Mulan ao Disney+ movimentou a internet nos últimos dias. O live-action da Disney tinha previsão de chegar às telas de cinema em março de 2020, mas a pandemia obrigou uma mudança nos planos. Mulan chegou em setembro ao streaming da Disney e os brasileiros só terão o privilégio de conhecer essa produção incrível no final de 2020. A espera vale a pena, pois a nova versão do clássico de 1998 consegue unir o novo e o velho em uma grande homenagem ao filme original, ao passo que constrói mudanças necessárias para uma trama própria para o live-action.

A direção de Niki Caro trouxe grandes mudanças e deixou fãs apreensivos com a falta de alguns personagens. Houve quem dissesse que a ausência de Mushu implicaria em um fracasso nos cinemas, obrigatoriamente. Ao final de quase 120 minutos de produção, mal lembramos do dragão vermelho sarcástico da história original. Ele simplesmente não se encaixa no filme de Caro, que construiu histórias paralelas a trama principal e o resultado foi um filme mais sério e maduro do que o desenho.

A história

Não pense que as mudanças implicaram em algo completamente diferente. O molde de Mulan está todo ali no live-action e os fãs do clássico se sentirão representados. Hua Mulan (Liu Yifei) é filha mais velha de um honrado guerreiro, veterano de guerra e que agora carrega as marcas da batalha no corpo. Diferente do que se considera ideal, porém, Zhou (Tzi Ma) teve duas filhas e nenhum menino para seguir os passos do pai. Ao atingir a idade considerada ideal para o casamento, Mulan tem um casamento arranjado pela família e é levada até uma casamenteira. O resultado é desastroso e ela não consegue se encaixar nos padrões impostos pela sociedade a uma mulher. Culpada por causar desonra a família, ela sabe que precisa fazer algo. 

Preocupado com um certo exército de roupas pretas que anda saqueando cidades e matando a população, o Imperador da China emite um decreto obrigando um homem de cada família a servir no exército imperial. Para evitar que seu pai idoso e machucado vá, Mulan decide tomar seu lugar. Ela assume a identidade de Hua Jun e se disfarça de homem. Diante de um exército formado apenas por homens, ela enfrenta os desafios diários do treinamento e ainda precisa se esconder nas horas de privacidade. Além de uma excelente guerreira, forças rodeiam Mulan e seu chi é considerado fortíssimo pelos generais. Logo ela ganha destaque, mas o mundo ainda não está pronto para uma mulher como heroína. 

O Filme

A nova versão do live-action traz todas as qualidades que o filme original nos proporciona. Toda a história de superação e luta contra o preconceito por parte da sociedade está ali e ver uma mulher se impondo e ganhando seu espaço, não apenas um desenho, é necessário. O filme não cria um feminismo forçado, pelo contrário, quebra seus próprios paradigmas de forma natural e leve. O decorrer da jornada de Mulan até o campo de treinamento, sua dedicação e até mesmo o apoio por parte dos colegas quando descobrem seu segredo, tudo acontece de maneira orgânica e bonita. Mesmo sabendo do final, torcemos para que tudo dê certo. 

A principal mudança entre o live-action e o clássico está na presença de Xianniang (Gong Li), uma feiticeira extremamente poderosa (primeira imagem) que está ao lado de Böri Khan (Jason Scott Lee). Ela traz um toque sobrenatural e mágico a trama e muitas vezes é chamada de bruxa. Sua personagem se revela de grande importância ao final e se encaixa perfeitamente no que o filme precisa. 

Mulan

O live-action entrega uma abordagem mais madura do filme da Disney e pode não agradar a muitos. O lado engraçado criado por Mushu é deixado de lado, então não espere rir ao assistir ao filme de 2020. O que temos em tela não é um remake do clássico, mas sim uma nova versão da lenda chinesa, adaptada e transformada de maneira a homenagear ambas as histórias. A lenda de Mulan existe há anos na China e é sobre ela que conhecemos um pouco mais no live-action. A história de Mulan já foi contada em poemas, músicas e peças de teatro. Chegou a vez do cinema homenagear a heroína chinesa e o filme o faz de forma correta. 

Mulan tem previsão de chegar ao Brasil ao final de 2020. 

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