MISSÃO NO MAR VERMELHO | Uma importante mensagem na Netflix!
THE RED SEA DIVING RESORT!
Quando o assunto são filmes originais, a Netflix não está entre os maiores destaques. Foram roteiros fracos e sem sentidos, elencos fracos ou apenas histórias que não emplacaram. A mais recente produção do streaming, porém, certamente estará entre os destaques positivos. Baseado em fatos reais, Missão no Mar Vermelho entrega não apenas um ótimo elenco, como um roteiro minuciosamente trabalhado. O objetivo do longa é trazer atenção para o contexto histórico ao qual se refere, que apesar de acontecer no passado, não poderia ser mais atual.
Missão no Mar Vermelho se passa no início dos anos 80, em uma Etiópia pouco diferente da atualidade. 40 anos depois temos os mesmos problemas, as mesmas dificuldades e as mesmas condições negligenciadas pelo resto do mundo. A situação enfrentada pelos refugiados do filme não é muito a diferente daquela enfrentada por imigrantes na Europa. Ou nos Estados Unidos. Ou em muitas outras partes do globo.
Os refugiados judeus etíopes do filme são apenas um numeroso povo, cuja esperança de vida foi depositada na mão de um pequeno grupo de heróis. Um povo cuja história foi contada pela Netflix, com Chris Evans no papel do protagonista.
A História
Ari Levinson (Evans) faz parte da agência de inteligência israelense. Judeu, ele assume a responsabilidade de resgatar milhares de etíopes de perseguições e morte certa. Após selecionar minuciosamente sua equipe, composta por quatro amigos, eles deixam tudo pra trás e embarcam rumo ao deserto. Embora filantrópica, a missão é mais arriscada do que pensavam. Os etíopes eram feitos prisioneiros por um grupo, cuja política envolve atirar primeiro, perguntar depois. Quando seus reféns começam a desaparecer, balas, facas e explosivos não serão poupados.
A missão que dá nome ao filme refere-se ao hotel usado de fachada para o projeto de Levinson. O Red Sea Diving Resort, localizado à beira do Mar Vermelho, é a alternativa escolhida pelo grupo para mascarar os resgates numerosos. O hotel é a locação de boa parte da produção, desde os momentos alegres àqueles em que prendemos a respiração até o desenvolver final.
Missão no Mar Vermelho
O longa intercala cenas situadas em locações paradisíacas com momentos de verdadeira miséria. Enquanto turistas fazem aulas de ioga e mergulham em meio a recifes de corais, grupos gigantescos de refugiados se amontoam na traseira de um caminhão. E embora estejam no mesmo lugar, a barreira da desigualdade os impede de conviver e/ou enxergar os problemas dos outros.
O filme segue um ritmo lento, com variações nos momentos de tensão. Apesar da longa duração (quase 150 minutos), o público não fica cansado durante a produção. A forma como a sequência de eventos é estruturada, assim como aconteceu nos anos 80, faz com que o filme tenha um início, meio e fim. A mensagem passada é o principal aqui e fica bem clara, desde o princípio. Em um cenário norte-americano completamente contra a imigração de refugiados, chega a ser irônico imaginar quando o filme se passa.
O Elenco
O grupo de Levinson é formado por Rachel (Haley Bennett), Jake (Michiel Huisman), Sammy (Alessandro Nivola) e Max (Alex Hassell). Enquanto isso, os “vilões” têm Chris Chalk como grande destaque. Outros nomes no elenco são Ben Kingsley, Greg Kinnear e Michael K. Williams. Missão no Mar Vermelho não traz nenhuma atuação espetacular, mas a interpretação de seu elenco é aquela que o filme precisa que tenha. Não estamos enaltecendo o ego de Chris Evans, pelo contrário. A mensagem da produção deve ser o grande destaque, e é o que vemos na tela.
Missão no Mar Vermelho já está disponível na Netflix.