MEDO PROFUNDO 2 | Agonia, desespero e muito susto!
PREPARE A EMOÇÃO!
O ano é 1975 e Steven Spielberg está lançando Tubarão nos cinemas. A franquia trouxe uma história original e um tipo inédito de filme. Desde então, “filmes de tubarão” se tornaram quase um novo gênero, tamanha foi a quantidade de lançamentos envolvendo a criatura marinha. Experimente digitar as palavras ‘tubarão filme’ no Google e descubra o número exponencial de cartazes envolvendo uma boca aberta e pernas distraídas boiando.
Medo Profundo chegou aos cinemas em 2017 com uma premissa diferente envolvendo tubarões. A criatura monstruosa mais uma vez estampava pôsteres ao redor do mundo e milagrosamente não carregava o nome da espécie no título. Trazendo Mandy Moore e Claire Holte no papel das protagonistas, não ganhou muito destaque e entrou no catálogo de “filmes de tubarão”.
A nova trama
Dois anos depois, a mesma história ganha novos nomes, um novo título e um novo cartaz. A premissa, contudo, continua a mesma. E aqui está a surpresa: por mais que pertença a um dos gêneros mais batidos do cinema, Medo Profundo – O Segundo Ataque consegue provocar medo verdadeiro no público. É provável que até os mais valentes espectadores se assustem em uma das inúmeras cenas destinadas a arrancar gritos de pavor de quem está no cinema.
Mia sofreu uma grande mudança em sua vida e não há nada que possa fazer para mudá-la. Após a morte da mãe e o pai se casar com uma nova mulher, eles se mudaram para o México. Lá, Mia é a novata na escola e se tornou o alvo de piadas das “rainhas” do recreio. Como se todo o bullying não fosse suficiente, ela precisa morar com a madrasta e sua filha Sasha. O pai é arqueólogo e ganha a vida investigando cavernas escondidas sob a água do mar.
Mia
Uma nova caverna Maia foi descoberta e Mia sabe que não verá o pai por um bom tempo. Em um dia ensolarado, ela acaba aceitando o convite de Sasha e suas amigas, Nicole e Alexa, para mergulhar na gruta subaquática. O lugar foi construído sob um cemitério, cujas esculturas ainda estão conservadas e intactas.
O que era para ser um passeio escondido do quarteto de amigos, se torna o pior pesadelo de suas vidas.
A descoberta do cemitério libertou enormes tubarões brancos, que apesar de cegos, estão famintos. As meninas precisam fugir, mas a capacidade do cilindro de ar está diminuindo. Além disso, o cemitério é um labirinto embaixo d’água, predominantemente escuro e sem contato com a luz do dia.
Medo Profundo
O desespero toma conta não apenas das personagens na tela, como do público sentado do outro lado. A medida que o ar dos cilindros vai acabando, vamos prendendo a respiração e torcendo para que tudo dê certo. Medo Profundo não é um filme para claustrofóbicos, sem dúvida. Boa parte da trama se passa dentro da caverna, com caminhos escuros que levam cada vez mais para baixo d’água.
Mesmo se tratando de um assunto já muito mencionado, com uma premissa idêntica a produção anterior, Medo Profundo – O Segundo Ataque se revela um ótimo filme. É impossível descrever a agonia criada no público ao longo dos 90 minutos. Literalmente prendemos a respiração e respiramos aliviados quando o tubarão desaparece. O filme se constrói em cima dessas pequenas sensações de alívio e desespero, dando a impressão de que estamos dentro da caverna. E tenha certeza que o tubarão vai voltar.
O desespero
Durante 1h20min somos surpreendidos por um filme de um dos gêneros mais tradicionais do cinema. Muitos filmes de terror e horror não conseguem provocar o desespero e os sustos que Medo Profundo nos trás, apesar de todos os clichês. A trama fictícia é extremamente previsível e sabemos até mesmo quem irá morrer ou sobreviver. Mas acredite, isso passará despercebido diante dos choques de adrenalina que você irá sentir.
Mas…
Por fim, não podemos deixar de comentar sobre a falha do filme. Faltando cerca de 10 minutos, antes do desfecho ser revelado, tudo ocorria como previsto e o público já se encaminhava para enfim, respirar. Sem a menor necessidade, o longa cria um final infantil que nos remete a filmes de ação de péssima qualidade. O sentimento “alegre” por termos sido surpreendidos dá lugar àquilo que temíamos acontecer no início da produção. Medo Profundo se entrega ao senso comum e perde a chance de ganhar uma nota ainda maior.
Cenas improváveis e bisonhas estragam o que poderia ter sido a cereja do bolo. O fato de estarmos diante de um filme de ficção, com criaturas sanguinárias escondidas em cavernas, não dá ao filme o “direito” criar momentos que beiram o besteirol. É um ponto negativo diante de uma produção surpreendentemente boa. O resultado é, em geral, satisfatório e recomendamos a ida ao cinema.
Medo Profundo – O Segundo Ataque estreia no próximo dia 21 de novembro.