Livros que tiveram influência na literatura de George R. R. Martin

Game of Thrones irá comemorar no próximo dia 17 de abril, 10 anos desde que o primeiro episódio foi exibido pela HBO. O seriado teve o último episódio exibido em maio de 2019 e é considerada por muitos, até hoje, como a maior de todos os tempos. Mesmo com a polêmica temporada final e um desfecho decepcionante, a adaptação da obra criada por George R.R. Martin garantiu recordes de audiência ano após ano.

Baseada no best-seller de George R. R. Martin, “As Crônicas de Gelo e Fogo”, o seriado recebeu 160 indicações ao Emmy Awards e obteve 59 vitórias em oito temporadas. Enquanto isso, no universo literário, Game of Thrones é uma verdadeira obra prima e já inspirou muitos autores e autoras ao redor do mundo. Não pense, poróem, que Martin não teve sua própria dose de inspiração. 

Confira algumas obras literárias que serviram como referência para o autor de Game of Thrones:

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Memory, Sorrow, Thorn – Tad Williams

Há quem diga que sem a obra de Tad Williams, as Crônicas de Gelo e Fogo não existiriam. É provável que essa tenha sido a maior influência que o autor de Game of Thrones tenha sofrido e Williams, assim como Martin, teve em sua saga uma homenagem a obra de Tolkien. Foi ele também quem mostrou a Martin que ele poderia escrever livros com quebra de paradigmas, mortes inesperadas e desfechos surpreendentes, e ainda sim ganhar os fãs. Martin ainda homenageou a série em uma passagem de A Fúria dos Reis: “Os filhos de Lorde Willum Josua e Elyas discutiram acaloradamente qual seria o primeiro a tomar os muros de Porto Real” . Para quem não conhece, essa é uma clara referência a disputa pelo trono entre os dois irmãos de mesmo nome na saga literária de Tad Williams. Memory, Sorrow, Thorn não tem publicação no Brasil ou ao menos um título oficial em inglês.

Duna – Frank Herbert

Prestes a chegar aos cinemas, Duna é tido por muitos como o livro mais importante do gênero da Ficção Científica. A obra de Frank Herbert se baseia principalmente na escassez de recursos não renováveis, disputas comerciais e guerras messiânicas. A saga traz uma grande disputa entre famílias, aqui descritas como Casas. Os Atreides , Harkonnen e Corrino lutam pela posse do desértico planeta Arrakis, assim como Starks, Lannisters, Baratheons, Targaryens e muitos outros lutam pelo Trono de Ferro.

Os livros de Tolkien

Embora pareça óbvio, as comparações com Tolkien ainda despertam rivalidade entre os fãs. Não é necessário comparar, mas precisamos admitir a inspiração, algo que deveria ser levado como honra para os leitores do autor britânico. Em uma entrevista para a revista Rolling Stone, Martin declarou em alto e bom som: “Governar é difícil, essa foi minha resposta para Tolkien a quem admiro, mas também discordo. Senhor dos Anéis tinha uma visão muito medieval: se o Rei é um homem bom a terra irá prosperar. Basta olhar a história real e veremos que nada é tão simples. Tolkien pode dizer que Aragorn tornou-se rei e reinou por uma centena de anos e que foi sábio e bom. Mas qual era sua política fiscal? Ele manteve um exército permanente? E o que ele fez quando houve inundações ou fome? E quanto aos Orcs? No fim da guerra Sauron desapareceu, mas os Orcs continuaram a habitar as montanhas. Será que Aragorn manteve uma política de genocídio, perseguindo-os sistematicamente, até mesmo os bebês Orcs, em seus pequenos berços?”

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A Roda do Tempo – Robert Jordan

Robert Jordan foi um amigo pessoal de Martin e não era de se surpreender que também tivesse sua pitada de culpa nas ideias mirabolantes e criativas do autor de Game of Thrones. A saga de Jordan conta com nada menos do que 14 volumes e mais uma preque. O grande número de livros foi o que provou a Martin que não existem limitações orçamentárias ou de tempo para os livros, diferentemente do que acontece com a televisão. Jordan sofreu forte influência de Senhor dos Anéis e Duna, mas a partir do segundo livro a saga consegue caminhar com as pernas próprias. Uma temática abordada por Jordan é também vista em Game of Thrones, ao tentar responder a uma pergunta nada simples: o que acontece quando as profecias finalmente começam a se realizar e o mito e a lenda se tornam verdade? A Roda do Tempo é considerada uma das mais importantes séries de fantasia de todos os tempos e traz uma legião de fãs tão grande quanto As Crônicas de Gelo e Fogo.

A Companhia Negra – Glen Cook

A série ficou marcada como pioneira da Grim Fantasy e da Fantasia Militarista. Os livros inspiraram não apenas Martin, como outros importantes autores, como Steven Erikson e Ian C. Esslemont, os criadores do universo de Malazan. Uma das principais comparações com As Crônicas de Gelo e Fogo é sua leitura nem sempre agradável para todos, tamanhos são os detalhes e descrições. Seus personagens serviram como inspiração para figuras importantes do universo de Martin, como Joffrey, Cão de Caça e Ramsay Bolton, figuras desprezíveis e odiadas por todos. Embora o Cão tenha ganho sua redenção, ele não caiu nas graças do público logo de cara. Companhia Negra também foi homenageado por Martin nas histórias de Daenerys e Tyrion. A trama foi fundamental na escrita das diversas companhias mercenárias de Essos, em especial a Companhia Dourada.

Elric de Melniboné – Michael Moorcock

A Saga do Imperador Albino do Reino de Melniboné foi escrita por Michael Moorcok e inspirou fisicamente a herança genética da família Targaryen. Eles são descritos como altos, magros, de feições élficas e dados a uma certa loucura, algo bem semelhante ao que vemos na família de Daenerys. Elric é frágil, esquelético e dependente de sua magia, além de sua espada Stormbringer que se alimenta da alma daqueles que mata. É assim que o guerreiro se mantém vivo. O nome da espada talvez remeta a uma outra velha espada de Game of Thrones, de nome Lightbringer. A arma é a espada de Azor Ahai, que precisou do sacrifício de Nissa Nissa para ser feita. Elric serviu de inspiração para Brynden Rivers, o corvo de três olhos. 

Todas as temporas de Game of Thrones estão disponíveis no HBO GO.

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