8 Livros de terror contemporâneo que ganharam adaptações
A Bienal do Rio anunciou a participação de Mariana Enriquez, Matt Ruff e Josh Malerman no evento. O trio participará e um painel sobre o terror contemporâneo e o audiovisual, intitulado: “Horror nosso de cada dia“.
O que ao meu ver a iniciativa é incrível, afinal o gênero do terror/horror é fruto de curiosidade através dos anos, e nos últimos este se inovou, ao trazer para o leitor histórias que abordam os terrores sociais, frutos de nosso cotidiano, e de nossa realidade.
Tais obras, tamanho sucesso, ganharam [ou ganharão] vida, sendo adaptadas para o formato de filmes e séries!
Penando nisso, listei aqui algumas que você precisa conhecer:
As coisas que perdemos no fogo
Mariana Enriquez
Será adaptado no formado de filme
Macabro, perturbador e emocionante, As coisas que perdemos no fogo reúne contos que usam o medo e o terror para explorar várias dimensões da vida contemporânea. Em um primeiro olhar, as doze narrativas do livro parecem surreais. No entanto, depois de poucas frases, elas se mostram estranhamente familiares: é o cotidiano transformado em pesadelo.
Personagens e lugares aparentemente comuns ocultam um universo insólito: um menino assassino, uma garota que arranca as unhas e os cílios na sala de aula, adolescentes que fazem pactos sombrios, amigos que parecem destinados à morte, mulheres que ateiam fogo em si mesmas como forma de protesto, casas abandonadas, magia negra, mitos e superstições.
Território Lovecraft
Matt Ruff
Adaptado pela HBO no formato de série, intitulada Lovecraft Country
Nos Estados Unidos segregados da década de 1950, Atticus é um rapaz negro, veterano da Guerra da Coreia, fã de H. P. Lovecraft e outros escritores de pulp fiction. Ao descobrir que o pai desapareceu, ele volta à cidade natal para, com o tio e a amiga, partir em uma missão de resgate. Na viagem até a mansão do herdeiro da propriedade que mantinha um dos ancestrais de Atticus escravizado, o grupo enfrentará sociedades secretas, rituais sanguinolentos e o preconceito de todos os dias.
Ao chegar, Atticus encontra seu pai acorrentado, mantido prisioneiro por uma confraria secreta, que orquestra um ritual cujo personagem principal é o próprio Atticus. A única esperança de salvação do jovem, no entanto, pode ser a semente de sua destruição — e de toda a sua família.
Caixa de Pássaros
Josh Malerman
Adaptado no formato de filme para a Netflix, intitulado Bird Box.
Caixa de pássaros é um thriller psicológico tenso e aterrorizante, que explora a essência do medo. Uma história que vai deixar o leitor completamente sem fôlego mesmo depois de terminar de ler.Basta uma olhadela para desencadear um impulso violento e incontrolável que acabará em suicídio. Ninguém é imune e ninguém sabe o que provoca essa reação nas pessoas. Cinco anos depois do surto ter começado, restaram poucos sobreviventes, entre eles Malorie e dois filhos pequenos. Ela sonha em fugir para um local onde a família possa ficar em segurança, mas a viagem que tem pela frente é assustadora: uma decisão errada e eles morrerão.
Bom dia, Verônica
Raphael Montes e Ilana Casoy
Adaptado no formato de série pela Netflix, com o mesmo nome.
A rotina da secretária de polícia Verônica Torres era pacata, burocrática e repleta de sonhos interrompidos até aquela manhã. Um abismo se abre diante de seus pés de uma hora para outra quando, na mesma semana, ela presencia um suicídio inesperado e recebe a ligação anônima de uma mulher clamando por sua vida. Verônica sente um verdadeiro calafrio, mas abraça a oportunidade de mostrar suas habilidades investigativas e decide mergulhar sozinha nos dois casos. Um turbilhão de acontecimentos inesperados é desencadeado e a levam a um encontro com lado mais sombrio do coração humano.
Estou Pensando em acabar com Tudo
Iain Reid
Adaptado no formato de filme pela Netflix, com o mesmo título.
Você sentirá medo. Mas não saberá dizer porquê…
Jake dirige o carro em direção à casa de seus pais, na fazenda. Ele leva consigo a sua nova namorada. Ela, apesar de gostar de Jake, acha muito cedo para conhecer sua família. Até porque existe o pensamento. O pensamento de acabar com tudo.
Durante as horas de viagem entre a cidade e o interior, por estradas desertas cercadas por florestas e escuridão, as lembranças e as dúvidas lhes servirão como companhia. Mas há algo errado. Uma tensão que pode ser sentida no ar, nos movimentos e nas convicções.
Talvez eles não se conheçam o suficiente. E talvez seja tarde demais para voltar.
Vozes e vultos
Elizabeth Brundage – All Things Cease to Appear
Adaptado no formato de filme pela Netflix, com o mesmo título.
Isso começa na manhã em que Catherine Clare morreu.
O dia que sua filha passou em casa com ela.
Na noite em que seu marido voltou para casa para encontrá-la.
Esta se torna a história de seu casamento,
e aqueles ao seu redor.
Um conto de laços entre famílias,
entre vidas vivas e perdidas
e dos solitários que não compartilham nenhum vínculo.
Quem deve ser lamentado.
Quem deve ser temido.
Castelo de areia
Pierre-Oscar Lévy
Adaptado pela Universal Pictures no formato de filme para o cinema, com o título de Tempo (Old)
Sem se conhecerem, duas famílias, um casal e um misterioso homem coincidentemente passam a manhã em uma praia isolada. Enquanto as relações cotidianas se desenvolvem sem maiores surpresas, uma das crianças encontra no mar o cadáver de uma mulher. O espanto causado pela descoberta é ofuscado pela estranheza da situação percebida por todos: o tempo ali passa de maneira acelerada, de tal forma que, em poucas horas, as crianças entram na puberdade e, em seguida, na vida adulta, enquanto os adultos envelhecem e os velhos tornam-se anciãos – e logo morrem. Desesperados, os personagens tentam sair da praia, sem sucesso. Todos estão confinados naquele misterioso lugar levantando diversos questionamentos: qual a origem daquele fenômeno? Por que eles? E, principalmente, eles conseguirão escapar? A obra dá ampla margem a reflexões sobre a vida – e principalmente sobre a morte, e o que você faz com o tempo que tem.
Butcher Boy: Infância Sangrenta
Patrick McCabe
A história originou um filme de 1998 que recebeu no Brasil o título de Nó na Garganta.
A infância é um período de descobertas, em que a imaginação corre solta. Em suas mentes, as crianças dão contornos de fantasia até mesmo aos aspectos mais monótonos e indigestos de sua realidade e, assim, transformam sua vida em aventura. Francis “Francie” Brady, o protagonista de Butcher Boy: Infância Sangrenta, tem essa imaginação poderosa que pode temperar a vida de uma criança, mas também algo a mais. Por trás de uma presumida fachada de inocência, se esconde um coração que pulsa com violência, revolta e indignação. Neste perturbador romance, o escritor irlandês Patrick McCabe nos oferece uma reflexão sobre o poder insidioso do ambiente na construção da ética infantil. Submetido à uma situação opressiva devido a sua classe social, sua condição familiar e sua religião, o jovem Francie prova que as crianças, definitivamente, não ficam imunes ao mundo no qual estão inseridas. Assim como clássicos sobre a maldade infantil O Senhor das Moscas, de William Golding, Menina Má, de William March, e Fábrica de Vespas, de Iain Banks, Butcher Boy: Infância Sangrenta nos leva para um universo onde a crueldade e a sociopatia não são prerrogativas dos adultos. Butcher Boy: Infância Sangrenta é um retrato panorâmico na história desse menino que acabou trabalhando no açougue abatendo porcos.
Não perca o painel “Horror nosso de cada dia”, que será mediado pela diretora e roteirista Mariana Jaspe, no dia 5 de dezembro, às 15h.
O maior festival de cultura e literatura do Brasil acontece entre os dias 3 e 12 de dezembro, no Riocentro, na Barra da Tijuca, de forma híbrida.