GONE | Leven Rambin fala da série em nova entrevista!

Conhecida principalmente por seu papel em Jogos Vorazes, a atriz Leven Rambin comentou sobre sua nova produção, Gone.

O que mais te atraiu no papel de Kick?

A personagem me despertou interesse imediato, era ideal para mim. Eu sempre busquei papeis assim, que fossem complexos, fortes, confiantes, que não pedem permissão para fazer nada, que não ficam quietas para proteger seus maridos e apoiá-los. Isso não me interessa, pois não é assim que eu enxergo as mulheres e é muito difícil encontrar uma personagem como Kick. Então eu fiquei desesperada para poder interpretá-la.

Como você enxerga a sua personagem?

Ela está sendo confrontada com suas próprias emoções e com o baque que sofreu quando era mais jovem, quando não podia controlar as coisas. Agora ela luta para ter autonomia e controle sobre sua vida e sobre o modo como as pessoas a enxergam. No começo, ela não tem ainda tantos recursos quanto ela imagina ter, não está se cuidando de um jeito inteligente emocionalmente falando. Isso ocorre com muitas pessoas, conforme elas parecem estar bem por fora, deixam de olhar para dentro de si mesmas. Mas, claro, o oposto disso também é verdade.

E o que mudou para ela chegar a isso?

Quando Kick se une a Frank e a Bishop, eles a fazem ver coisas que ela não estava dando atenção, pois não queria lidar com aquilo. Ela toma a corajosa decisão de visitar um lugar que a deixa desconfortável. E o que leva a essa decisão? E por que naquele momento? Por que não um ano antes ou depois? Como atriz, isso é algo que eu realmente gosto e posso explorar.

O perfil físico dessa personagem é bastante importante também, não?

Definitivamente. A principal linguagem usada por Kick é física. É assim que ela se reinventa. Isso é parte vital da personagem, desde o modo como ela anda até a maneira como ela lida consigo mesma. Ela tirou sua linguagem corporal dos lutadores. Por exemplo, ela nunca senta de costas para uma porta. Ela sempre estará de frente por conta de sua hipersensibilidade e também dos riscos surpresa dessa postura.

Você aproveitou o treinamento físico que teve que fazer para esta personagem?

Sim. E foi muito importante, eu realmente me dediquei e aproveitei. Foi muito divertido aprender a linguagem do karatê e usá-la na combinação das lutas internas e das habilidades de luta de Kick. É assim que ela se relaciona com o mundo. Ela não ataca as pessoas verbalmente, ela usa o físico. Quando ela briga, ela vê Mel, seu antigo algoz, como seu oponente. É assim que ela lida com o passado. É muito interessante mesmo misturar suas batalhas internas com isso.

A Kick não está ali só para atrair a audiência, né?

Não. Mas eu não sou a fonte mais confiável dessa informação! Acho que não haveria sentido em eu estar aqui e eu não estou interessada em papeis desse tipo. Eu me interessei por Gone exatamente por ser uma série muito humana e pelas jornadas de seus personagens e relacionamentos.

Como você descreveria a relação de Kick e Frank?

Ela é uma pessoa bastante reservada, solitária e não confia em ninguém a não ser Frank, que é o único que nunca a decepcionou. Ela viu homens fazendo coisas horrorosas. Mas na batalha entre o bem e o mal, o Frank representa o bem. Ele faz com que ela se sinta segura, a protege de um jeito paternal, como um mentor. Ela sente que pode abrir a guarda com ele, pois ele conhece sua história e ela não precisa fingir ser mais forte do que realmente é.

Fale um pouco da relação de Kick e Bishop!

É bem interessante, pois ele é a primeira pessoa que não a trata como se ela fosse uma criança, e não faz isso de um jeito misógino. Seria misógino se ele a tratasse como uma flor delicada, mas ele a trata com o mesmo respeito que faria com um colega do exército.

Eles são bem parecidos, você não acha?

Sim, eles são como um espelho um do outro. O Bishop se vê na Kick,  entende que ela não consegue sempre lidar com seu passado, assim como ele mesmo. Ele lida com isso sendo uma pessoa rígida e difícil. Eles podem ser complicados, mas esse é o único meio que essas pessoas machucadas encontram para estabelecer amizades e respeito.

Você acha que a audiência vai se identificar com esses personagens problemáticos?

Sim. O que é interessante sobre essa série é que os telespectadores não dão de cara com quem é o herói. Essas três pessoas são como um esquadrão suicida, não são detetives comuns, não são uma equipe comum. Cada um tem seus próprios demônios contra os quais lutam. E eles se provocam de jeitos errados, não são uma família feliz, são como um bando de desajustados que se junta. E o que acho fascinante é que eles não têm um padrão de aparências. Não são os policiais bonitões andando de Corvette vermelho para salvar o dia. Tem falhas em cada um deles e as pessoas vão se identificar com isso.

Você gostou de trabalhar em Gone?

Muito! É um mundo que eu não conhecia e interpretar a Kick me mudou como pessoa. No começo você não sabe se um personagem vai agradar, mas isso não importa muito. Tem momentos em que a Kick não é perfeita, mas ela é muito real. Eu espero que as pessoas vejam a Kick como um exemplo não de superação, mas de aceitar e transformar um trauma. Ela é um exemplo muito legal. E eu certamente vou ter mais dificuldade em reclamar de um resfriado depois de ter ficado imersa no mundo dessa personagem!

Gone é exibida semanalmente no Fox Premium .

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