Diego Vecchio participa da Flip 2015!

“O hipocondríaco é alguém que tem muito desenvolvido o imaginário da doença”, afirma o autor, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo. Hipocondríaco assumido, Diego Vecchio (Buenos Aires, 1969) valeu-se desse lado de seu imaginário para compor os nove contos do livro Micróbios, primeira obra do escritor argentino publicada no Brasil, pela Cosac Naify. Em cada conto do livro, ambientado em um diferente país do mundo, um personagem convive com um tipo de doença, compondo um painel cômico e, por vezes, absurdo. Argentino radicado na França desde o início dos anos 1990, Vecchio inspirou-se no livro A Saúde dos Homens das Letras (1768), do médico de Jean-Jacques Rousseau, Samuel Tissot, no qual eram descritos os males que acometiam os escritores, por causa do estilo de vida sedentário e solitário que a profissão os forçava a levar. Descobriu, então, que os males descritos na obra, na verdade, acometiam os solitários, conforme descrito pelo próprio Tissot em outra obra. Os males seriam doenças como anemia, calvície e queda de dentes. A linguagem médica serviu-lhe, então, de base para compor o livro, escrito com o rigor da gramática da medicina e, segundo o autor, que estudou psicologia na Universidade de Buenos Aires, uma influência literária dos casos clínicos de Freud. Doutor em literatura pela Universidade Paris VIII e tradutor, Vecchio estreou como autor em 2001, com o romance Historia Calamitatum, inspirado em sua experiência com a troca de cartas com os amigos, assim que chegou a Paris, e no romance epistolar de Jean-Jacques Rousseau, A nova Eloisa. A partir da obra francesa, Vecchio criou uma versão gay da história de Abelardo, um filósofo da Idade Média que se apaixona pela Eloísa do título e é castrado a mando da família da amada. “Escrevi essa história com um recorte homossexual, no qual Abelardo realiza de maneira voluntária a operação de ‘desesticulamento’ (sic) para criar outra identidade e sexualidade”, disse em entrevista ao jornal argentino Página 12. Em 2010, publicou a elogiada narrativa fantástica Osos (2010), considerada pela crítica seu melhor livro. Com o desaparecimento de seu urso de pelúcia, Vladimir, o protagonista, começa a sofrer de insônia. Para fazê-lo dormir, Estrella, sua mãe, compra-lhe outro urso, que ganha vida, mas não cura sua insônia. Noite adentro, o garoto e seu urso de pelúcia passam a compartilhar histórias, que se formam a partir da aglutinação das narrativas dos dois. Fazendo analogia a mais uma doença, a insônia, o autor afirma ao jornal argentino Página 12 que “se pode pensar que a literatura é uma espécie de ritual para combater a insônia”. Segundo ele, “Osos pode ser lido também como uma espécie de O beijo da Mulher Aranha para crianças, uma vez que as histórias se constroem à medida em que são contadas, mas onde os personagens, ao invés de serem um preso político e um homossexual, são um garoto e seu urso de pelúcia”. Diego Vecchio em 5 datas Nasce em Buenos Aires, Argentina Muda-se para Paris Publica Historia Calamitatum, seu primeiro livro Publica Macedónio Fernández y la liquidación del yo, sua tese de doutorado Publica Osos (2010) Na internet Site soloosos.wordpress.com Nos vemos na Flip 2015? 😉
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