Conversamos com Julio Rojas, criador do podcast ‘Paciente 63’
Não é fácil criar um conteúdo completamente inédito envolvendo um dos gêneros mais batidos dos cinemas e das séries. Ficção Científica segue sendo uma das maiores dúvidas do entretenimento, pois não é simples e nem para qualquer um, desenvolver uma trama de sucesso e com possibilidade de uma continuação. Independente da dificuldade, temos um resultado extremamente positivo com o lançamento de Paciente 63, uma produção de ficção em formato de podcast, lançada pelo Spotify no próximo dia 22.
Na trama, Mel Lisboa é Elisa Amaral, uma psiquiatra que grava as sessões de um enigmático paciente. Seu Jorge dá voz a esse paciente, registrado como Paciente 63, que diz ser um viajante no tempo. O que começa como sessões terapêuticas de rotina se transforma rapidamente em um relato que ameaça as fronteiras do possível e do real. Uma história que transita entre o futuro e o passado de dois personagens que podem ter nas mãos o futuro da humanidade.
Na última semana, tivemos a oportunidade de conversar com o chileno Julio Rojas, que assina o roteiro e ainda é o criador por trás da trama. Ele aproveitou para comentar um pouco sobre a possibilidade de uma próxima temporada e o sucesso da trama.
“Esse projeto tem uma primeira temporada e termina… Há muito material no futuro que irá entrelaçar a história no futuro.. Mas, são 14 minutos, por que depois de 14 minutos, podemos nos desconcentrar, pode entrar alguma chamada telefônica, pode acontecer algo que nos desconcentra, creio que seja perfeito esse tempo”
Rojas ainda comentou um pouco sobre o porquê de ter escrito o podcast:
“Bom, primeiro foi porque estávamos em plena pandemia quando foi escrito, e eu sempre considerei como um formato que era íntimo. Uma conversa entre uma psiquiatra e um paciente, é muito auditiva e muito íntima… E no começo pensei que seriam gravações encontradas de uma doutora, e me pareceu o formato perfeito para uma áudio série… Somente escutar, como um Voyeur, como um espião de algo que não deveria escutar. No entanto, uma áudio série também permite que façamos coisas gigantescas. Podemos dizer ” Olhem, o que é isso? um dinossauro vindo pra cá”, bom, isso, no cinema seria muito caro… Mas em uma áudio série não tem limites, e isso é lindo”
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Sobre a escolha de Lisboa e Seu Jorge, Rojas comentou:
“Eu não participei da escolha, mas ao escutá-los pensei que o teria feito, pois eles são perfeitos, eles tem uma dinâmica de voz maravilhosa, que é muito semelhante à ideia original de vozes, mas de alguma maneira me soa muito melhor. Acredito que a escolha, não tenha sido somente deles dois como atores, porque eles são maravilhosos, mas sim pela diferença de vozes que têm, e dos pulsos de tempo que fazem com que a história funcione perfeitamente.”
Finalmente, o diretor revelou um pouco de suas referências para o podcast:
“As referências, você deve ter notado, são todos os filmes de viagem no tempo, desde ’12 macacos -Claro 12 macacos, uma psiquiatra que precisa lidar com seu paciente-, ‘Homem olhando o sudeste’ até ‘De volta para o futuro’… Mas quero te contar que aconteceu comigo uma história… Eu recebi um paciente… eu antes era dentista de emergência, e estava atendendo em uma clínica de emergência, e chegou um paciente que dizia vir do futuro, e esse paciente estava com algum tipo de delírio, mas ele tinha um delírio tão organizado, tão perfeito, que eu pensei que algum dia escreveria sobre ele…
E quando chegou a pandemia, me lembrei deste paciente que havia atendido tempos atrás e pensei, “olha daqui pode sair algo”, porque é tão estranho o que estamos vivendo, é tão como um capítulo de ‘Black Mirror’, que se alguém viesse do futuro, e dissesse que um vírus acabaria com a humanidade e nos confinaria em nossas casa, ninguém teria acreditado… E por isso me chamou tanto a atenção criar uma história sobre acreditar ou não em algo.”
Paciente 63 contará com 10 episódios e será lançado no Spotify e tem estreia marcada para o dia 22 de Julho de 2021.