Conversamos com o elenco de Legado de Júpiter, da Netflix
Chegou hoje a Netflix a mais nova produção do gênero de super-heróis, O Legado de Júpiter. Inspirada nos quadrinhos de mesmo nome, o seriado conta com 8 episódios, de aproximadamente 40 minutos. Com grande elenco, o seriado tem todo o potencial para se desenvolver em outras temporadas, principalmente pelos ganchos deixados pela primeira. A convite da Netflix, tivemos a oportunidade de conversar com todo o elenco da série, bem como com seu criador, Mark Millar. Eles aproveitaram para contar sobre a oportunidade de estar no seriado e a repercussão que o mesmo pode ter:
Chloe precisa viver de acordo com as regras que foram criadas pelo pai dela. Eu amo a forma como a série lida com o termo do legado, porque não temos apenas filhos lidando com legados deixados pelos pais. Eles devem ser nossos mentores, exemplos para nós. No caso da Chloe, o Utópico é o melhor do mundo para todos, menos para ela. Chloe é completamente anti-código, anti qualquer coisa. Ela não quer ser definida por nada, porque para ela o código é uma faixada de que ninguém nunca poderá chegar a esse lugar. Mas não podemos esquecer que ela mesma é um modelo para as pessoas e ela também busca o apoio da família, ela quer que eles a amem. Ela sabe que está vendendo uma ideia de perfeição, mas existem muitas camadas por trás da Chloe – comentou Elena Kampouris, que interpreta Chloe.
Já Andrew Horton, que vive Brandon, apontou sobre os desafios de ser o filho do maior super-herói do mundo:
Para o Brandon, ele está no meio dos dois lados. Uma parte dele quer superar as expectativas do pai, fazer jus ao Utópico, mas isso é muito pela forma como o pai pressiona ele, como o pai força a ele. E então ele começa a se perguntar qual é o ponto de tudo isso. Qual é a razão do Código se ninguém irá segui-lo? Ele tem um código próprio e ele precisa ter um para salvar seus pais. Ele acredita que a sua versão do código, que não é aquela que seu pai quer, ele começa a perceber que as coisas precisam mudar e de repente para salvar uma vida, você precisa tirar outra.
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Ben Daniels é um dos grandes destaques do seriado. Ele vive Walter, o irmão de Utópico e também o herói Brainwave. Ele se revelou um grande fâ de Tyler Mane, que vive Blackstar.
Você vê os personagens sagrando, você os vê sentindo dor. E quando essas pessoas chegam ao fundo do poço, você sente. Se eu pudesse trocar de personagem, eu certamente seria o Blackstar, porque ele precisa lidar com toda aquela maquiagem e ele é um personagem complexo, mas quando você lida com o Tyler, ele é a pessoa mais gentil e doce do mundo. Eu adoraria ser o Blackstar, mas eu não iria conseguir interpretá-lo tão bem quando o Tyler.
Ben ainda comentou sobre seu personagem e o impacto que a série teve:
Você vê o impacto que eles tiveram no mundo quando ganharam seus poderes e quando tiveram seus filhos, aconteceu o mesmo. E é isso que eu amo na série, toda a ambição, toda a pressão. É brilhante essa habilidade de discutir essas camadas do ser humano, porque sempre vivemos no preto e no branco. Eu não acho que sejamos assim como seres humanos e foi muito legal se perder na história e perceber que não existem vilões e heróis.
Acho que o Walter é um vilão, mas eu também acho que ele é mal compreendido. Ele passou por muita coisa quando jovem.
Josh Duhammel vive Utópico, o grande protagonista. O ator se mostrou muito feliz com seu papel, principalmente com toda a importância que a relação entre ele e o Código trazem para o seriado:
O que me trouxe para a série foi justamente essa diferença de ideologias. Meu personagem tem um código a seguir e é isso que ele segue. E ele lida com a geração mais nova, que acredita querer mais poder, precisar de mais poder. Meu personagem não mata, ele serve as pessoas. Eu tive muitas conversas com a produção sobre o código, porque eu simplesmente não conseguia entender. Se alguém fosse matar o Brandon, você realmente acredita que o Utópico não iria matar a pessoa? É o filho dele.
Josh ainda adicionou:
Ele acredita que sempre existe uma outra forma de lidar com as coisas e isso pra mim é uma das coisas mais bonitas dessa história. Ele vem tendo esses poderes por 90 anos e ele chegou a um ponto em que percebeu que ser o Utópico levou ele longe dos problemas que seriam os mais importantes de todos, como seus filhos. Ele coloca muita responsabilidade no filho e ele simplesmente não consegue se conectar com sua filha, então ele começa a ter esses pensamentos. Ele nunca quis isso, mas olhando no passado, ele consegue fazer tudo, voar, lutar, mas não consegue lidar com sua filha. É muito humano.
Eu acho que as pessoas vão amar o fato de não ser mais uma série de super-herói. Quando eu li o roteiro eu pensei ‘Ah meu deus, mais uma série de heróis, não sei se estou interessado’. Então eu li mais sobre e pra mim, o mais interessante foi a relação entre o Utópico e o filho.
Finalmente, tivemos a oportunidade de conversar com Mark Millar, o criador da série. Responsável por muitas histórias em quadrinhos, Millar viu na série uma oportunidade de explorar o universo da televisão:
Programas de super heróis tendem a não falar muito sobre drama familiar. Quando eu me tornei pai, criei uma família, pensei que poderia ser interessante trazer essa história. Muitas vezes nós criticamos nossos pais quando jovens e acabamos nos tornando nossos pais. E nossos pais provavelmente tiveram a mesma sensação com nossos avós. Pensei que seria interessante ter alguém que quebrasse esse paradigma, que quisesse mudar.
O diretor revelou suas inspirações e o efeito que espera que O Legado de Júpiter tenha:
Eu me inspirei no Stan Lee, que é meu maior herói. Eu li seus quadrinhos no passado e ele tinha uma frase que dizia sobre os super-heróis terem as características parecidas com a gente.
Conversando com o elenco, eles estavam surpresos de terem mais 200 mil seguidores no Twitter. Eu avisei a eles que ano que vem, quando levá-los a San Diego, precisaremos de seguranças, teremos pessoas vestidas como eles e eles terão mais de 2 milhões.
O Legado de Júpiter está disponível na Netflix.