Casais e os relacionamentos abusivos na ficção

Vemos ao longo do anos, a personificação de relacionamentos nos filmes e séries, que com a evolução da conscientização social, mostram que não eram tão românticos assim.

Mas antes que citar alguns exemplos e promover um debate, é necessário diferenciar relacionamentos abusivos e abuso sexual, de Uma relação sexual mais “Violenta” digamos assim. Temos visto isso constantemente, e um exemplo é um recente lançamento da Netflix chamado 365 DNI, que tem sido descrito como abuso sexual, ali não há abuso sexual, a partir do momento que a personagem se entrega de certa forma a relação. O filme erra sim, na questão do sequestro e da síndrome de Estocolmo, mas violência sexual não é um dos erros. Precisamos começar a avaliar algumas explanações e diferencia-las de tubus que possuímos e traçamos como errados pois fomos condicionados a achar assim, do que realmente é errado no âmbito legal.

Dito isso, precisamos analisar que muitos destes casais, considerados abusivos, são voltados para o público adolescente e o que acaba sendo um certo agravante, já que essa geração acaba vendo esse tipo de relacionamento como exemplo, e levando aquilo como ideal, permitindo assim aceitar situações semelhantes ao longo da vida.

Edward e Bella é um dos principais exemplos e marcaram uma geração. Edward era um stalker que usava o “amor” como desculpa, e justificava que o fazia “saber se ela estava bem”. Tratava-se de um relacionamento abusivo e possessivo de ambos os lados.

Muito parecido, não precisamos ir muito longe, Joe e Becky, personifica o que se refere o relacionamento abusivo, inclusive o próprio ator repudia o personagem. Contudo, as redes sociais mostram, inúmeros fãs romantizando Joe, o que é muito bizarro, pois ali vemos um homem, stalker, que se usa do nome completo de Becky para monitorar todos os seus passos e assim conquistá-la de maneira obsessiva, “se livrando” de que entrasse no caminho.

Christian Grey e Anastasia. Sei que muitas pessoas amam esse casal, e acham simplesmente incrível o fato dele se fascinar por ela, e fazer de tudo para conquista-la. E é de fato. A questão é o depois, o ciúme excessivo, o sentimento de posse e o temperamento agressivo (nada de justificar ele aqui, heim?!), são indícios de relacionamento abusivo e a partir do momento que alguém nos tira a liberdade de fazer o que queremos, mesmo que sozinhos, e nos faz sentir incapaz, tem que ser, no mínimo, repensado. E não faça como Grey, não é não… inclusive se você tem parceiro fixo.

E por que não falar de Rachel e Ross. Nunca que nos anos 90, acharíamos isso não é mesmo? Mas hoje, não há pior exemplo de casal que este. Ross, é um péssimo exemplo de homem, preconceituoso, e machista. Tentou por inúmeras vezes descreditar as conquistas de Rachel, inclusive justificar uma traição, como se nada tivesse acontecido.

Esses são apenas alguns dos exemplos, mas se pegarmos shows, e filmes de décadas atrás vemos sempre casais, onde a mulher é subjugada de alguma forma. Muitas gente shippou esses casais, e tá tudo bem, de verdade, mas é imprescindível que tenhamos em mente que não é certo, principalmente que não sejam exemplos para nós.

Esse assunto precisa sim ser pauta de maneira constante, precisamos sim promover esse debate, pois é só assim que evoluímos como pessoas e sociedade.

A análise é necessária e entender as nuances é essencial para até mesmo nos precaver futuramente. Lembre-se, relacionamento abusivo, não é só físico, na maioria das vezes ele é psicológico.

Não deixe seus parceiro (a) te manipular, não deixe que te façam se sentir reprimido (a) e nem que te ponha em situações de risco.

Se afaste e se atente aos sinais, e deixe a ficção te mostrar, caso não compreenda… entenda as entrelinhas e reflita.

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