O novo Batman e a saúde mental em pauta na DC

A DC Comics sempre impactou leitores do mundo inteiro com suas histórias verdadeiras e profundas nos quadrinhos. Os heróis e vilões jamais foram algo além de pessoas comuns que identificavam forças e fraquezas da sociedade, com objetivo claro de fazer a diferença. Bem e mal sempre foram irrelevantes nesse universo, já que tudo depende muito do ponto de vista de quem conta a história. 

De acordo com a cobertura do Hollywood Reporter, as cenas do novo filme do Batman exibidas na CinemaCon, são praticamente as mesmas exibidas em 2020 no DC Fandome. Andy Serkis apareceu como Alfred, Bruce e a Mulher-Gato ganharam mais espaço de tela em interação. Matt Reeves (diretor do projeto) e Robert Pattinson (nosso Batman), falaram um pouquinho sobre o produto final e as camadas do novo Homem-Morcego. E é aqui que nossa conversa começa.

Segundo Pattinson, o novo filme trabalhará melhor a profundidade psicológica das pessoas da vida de Bruce, e do próprio Bruce. Para os fãs dos quadrinhos, esse sempre foi um diferencial. Histórias profundas que flertam com temas importantes sobre saúde mental. Precisamos que as pessoas se vejam nas telonas.

Bruce Wayne estará lidando com problemas de raiva e todas as lutas serão muito pessoais em The Batman.

Nos últimos lançamentos da DC nos cinemas, notamos esse novo formato de contação de história audiovisual. Uma narrativa preocupada em valorizar quem assiste e sua experiência pessoal. Mas, acima de tudo, preocupada em levar histórias identificáveis para as telonas.

Aves de Rapina discutiu (muito bem) o relacionamento abusivo e tóxico das mulheres que ‘servem à homens poderosos e persuasivos’ e que não se enxergam capazes de lutar (sozinhas) suas batalhas’.

Coringa trouxe uma boa discussão sobre o nascimento das atitudes vilanescas de uma pessoa. Trata-se de uma consequência do preconceito e da exclusão social? Ou faz parte de um traço psicológico impossível de ser trabalhado em alguém?

Mulher Maravilha 1984 trabalha a honra e o propósito de uma heroína que perde tudo o que a conecta com amor e verdade. Mas que, ainda assim, encontra formas relevantes de se reiventar e fazer a diferença.

Esquadrão Suicida trabalha a redenção do vilão quando colocado com propósito em campo de batalha. Tudo isso, em meio a um cenário caótico, em que absolutamente nada te impulsiona a fazer escolhas certas em momentos difíceis.

The Batman nos mostrará um Bruce Wayne quebrado. Em seu primeiro ano como Batman, Bruce vai intercalar a vida de um ‘salvador de Gotham’ com a de ‘vingador da morte de seus pais’. Tudo isso com poder e relevância social. Quais os impactos e os perigos dessa combinação?

Independente de qual seja o herói, o vilão e suas motivações, uma coisa é importante lembrar: Esses personagens existem para possamos refletir sobre as forças e fraquezas da nossa mente e da sociedade em que estamos inseridos. Muito do que é visto nos quadrinhos, serve de alegoria para a existência humana e seus erros diários. Não é fácil estar vivo e, às vezes, o caminho vilanesco se torna o mais óbvio para algumas pessoas. O que nos diferencia, é se permitir olhar para o lado heróico, e escolher seguir por ali.

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