O que aprendi sobre carreira com Mad Men!
Aproveitando o gancho do último episódio de Mad Men que foi ao ar no dia 18 de maio de 2015 pela HBO Internacional, vamos falar um pouquinho do que pudemos aprender sobre carreiras e negócios? Mad Men é uma das histórias mais incríveis do mundo dos seriados dos últimos tempos, principalmente para quem acompanha de perto as mudanças corporativas desde a famosa e fatídica década de 1960, até os dias atuais. Podemos dizer que, em termos de sociedade, cultura, economia, política, religião, preconceitos, valores, tudo, tudo, mudou! Apenas 55 anos desde que o mundo era uma caixinha preconceituosa e esquisita, até os dias atuais, que mudança e inclusão são os maiores desejos de todos! Vamos ver então o que aprendemos sobre carreira com Mad Men? Apenas o primeiro de uma série de posts sobre essa série incrível!
Don Draper e a equipe da Sterling Cooper mostram, a cada episódio, como as agências de publicidade da Madison Avenue (em Nova Iorque, Estados Unidos) redefiniram os conceitos de publicidade na década de 1960, e como o ambiente de trabalho e a sociedade mudou durante esta década, abordando temas como tabagismo, alcoolismo e sexismo. Cada tapa na nossa cara, cada conceito antiquado e submisso, principalmente vindo das mulheres, que é capaz de revoltar qualquer pessoa mais sensível às mudanças sociais.
Considerando que a série se passa basicamente em uma agência de publicidade, mostrando como o mundo muda rápido e como as mudanças são agressivas, quando vêm da sociedade e não do mundo corporativo, podemos aprender muitas coisas incríveis para nossas carreiras, dê só uma olhadinha.
Don Draper é um cara que conhece o mundo da sua carreira, a publicidade. Conhecer seu mercado, seus clientes e, principalmente, seu público é uma das chaves do sucesso de Draper. Fazer uma pesquisa de mercado, estar atendo às notícias e movimentações da área, entender como clientes e consumidores pensam, suas necessidades, é uma das coisas mais brilhantes que um profissional pode fazer, independente da carreira.
É sempre possível ter um dos melhores produtos do mercado, mas, com nenhuma efetividade de vendas. Isso, porque as empresas, buscam sempre focar no produto e esquecem que alguém precisa comprá-lo no final das contas. As propagandas, as campanhas publicitárias, são feitas com foco no cliente final, por isso que tudo mudou tanto ao longo dos anos, porque as pessoas mudaram primeiro. Por isso, você deve, independente da sua área de atuação, priorizar seu tempo e principais recursos, com as tarefas que geram mais valor para os seus clientes e, consequentemente, para a sua empresa.
Você precisa decidir o caminho que quer trilhar: ou você é frente de batalha e enfrenta tudo a ferro e fogo ou você é estrategista, que caminha no ritmo da empresa que atua e age nas horas certas, com os argumentos certos. Podemos usar como exemplo o personagem Pete Campbell que, constantemente, está batendo de frente com Draper, seu superior como diretor de publicidade. Pete é apenas um executivo de contas júnior e, mesmo que tenha ótimas ideias e soluções para diversos problemas, acaba colocando seus posicionamentos nos piores momentos possíveis. Por isso, vale você decidir que tipo de batalha quer ter em sua vida profissional, aquela que te desgasta e agride o outro (front) ou aquele tipo que, politicamente e, porque não, sabiamente, define os melhores argumentos para ajudar o coletivo a melhorar. As consequências pessoais de uma batalha, são pessoais, o todo é o que realmente importa.
Estar feliz com seu trabalho significa, principalmente, estar se sentindo produtivo a todo momento. É certo que, de tempos em tempos, vai surgir uma pessoa na sua empresa, que apresenta resultados diferentes dos seus mas, não necessariamente, diferente significa melhor, e nem pior. Por isso, podemos usar como referência, o personagem de Roger Sterling, um executivo, comumente visto como o chamariz de clientes, o cara que atrai as melhores e mais importantes contas. Assim que Pete Campbell surge e começa a ter maiores resultados, ele se sente ameaçado – não se sinta assim jamais. Atualize-se, não se baseie em uma fama, em um histórico, quem vive de passado é museu, realmente. Estudar, crescer, mudar os ares, a postura, a direção do trabalho, faz parte da vida e deve ser incentivado, a todo momento. Não se acanhe, não tente terminar em um museu como peça usada antigamente, tente ser o museu, um grupo de antiguidades e novidades a todo momento, que todo mundo acha considerável visitar sempre.
Vamos pensar friamente, passamos a maior parte do dia no trabalho, a maior quantidade produtiva do nosso dia. É muito comum que tenhamos algum tipo de relacionamento mais profundos com os nossos colegas. Lembre-se: quando falo relacionamento profundo, não estou me referindo apenas a amorosos, podem ser amistosos também. Claro que, em Mad Men, temos muitos exemplos errados sobre isso, são traições e mais traições, até porque, a época era outra e a situação da mulher não era das melhores na sociedade.
Podemos pegar como exemplo o relacionamento de Peggy Olson e Pete Campbell, eles se envolveram na hora errada, arrastaram isso por um breve tempo e, a consequência não foi das melhores. Não precisa se preocupar, não vou lhe dar nenhum spoiler, mas, assim que começamos a assistir a série, já percebemos que não vai terminar bem. Foque em seu trabalho, relacionamentos são aceitáveis, mas nunca recomendados, não tem como ser! Faça o melhor que pode, para crescer apenas profissionalmente, mas não seja totalmente fechado a amizades, saiba o momento certo e o momento errado de tocar cada parte de sua vida.
Por que se deixar ficar em uma posição que outra pessoa lhe colocou, se você sabe, lá dentro, que é capaz de muito mais? Peggy Olson nos mostra, a todo momento que, aproveitar oportunidades, simplesmente fazendo seu próprio trabalho, é a melhor forma de mostrar que merece crescer, evoluir e produzir mais para a empresa. Claro que ética é tudo nesse momento, você precisa se colocar sempre no lugar dos seus colegas, entender a dinâmica do jogo e, principalmente, jogar com as peças certas. Manter expectativa baixa, não é o melhor, mas também, elevá-la a última potência por pura ambição, não vai conseguir te levar a lugar algum.
Trabalhar com a tecnologia é a nossa realidade, vivemos em um mundo cheio de sistemas, aplicativos e ferramentas que agilizam nosso dia a dia. Mas, lembre-se: nem sempre foi assim e o mundo conseguiu chegar aonde chegou. Não se valorize demais só por usar a tecnologia como ferramenta, tem gente que consegue o mesmo resultado de outras formas. Vale lembrar aqui que, se a sua empresa tem pessoas mais antigas e mais novas, ou seja, de gerações completamente diferentes, ela precisa valorizar ambas as formas de trabalho, ela precisa das duas e você, consequentemente, também.
Não esteja fechado à inovações, mas, esteja aberto também a, em alguns momentos, dar alguns passos para trás, isso pode significar saltos para frente mais rápidos e impactantes do que imagina.
Trabalhar com o que se ama é um privilégio de poucos, mais por erros pessoais do que das próprias empresas. Você concorda comigo que, se não verbalizar absolutamente nada sobre suas insatisfações, a empresa não poderá nunca fazer alguma coisa por você? Peggy Olson e Joan Harris são duas personagens que correm atrás do que querem fazer, falam sempre que podem, se colocam posicionadas no momento certo, nas situações certas. Seja coerente em suas colocações, mostre os projetos que gostaria de atuar, o caminho que quer trilhar, seus maiores objetivos na empresa. Todos agradecerão e, se não for o local certo para você, ficará notório mais rápido ainda, o que agilizará seu crescimento e busca de novos desafios.
Para dar vida ao personagem Don Draper, foi necessário um trabalho de imagem muito maior do que podemos imaginar. Além de ser brilhante, com uma carreira incrível e uma aparência física que chama atenção, Don se importa com as palavras certas, as colocações certas e, principalmente, as situações certas. Saber exatamente como cuidar do contexto visual de qualquer tipo de trabalho é muito importante. As pessoas enxergam, antes do seu trabalho, você e sua postura, lembre-se sempre que o carisma é isso e não ficar sorrindo para todos. Estar bem, se apresentar bem e conviver bem com o grupo, é uma das melhores formas de chamar atenção e ter uma boa colocação na mente de quem te avalia o tempo todo.
E você? Quais são as coisas que mais aprendeu assistindo Mad Men? Infelizmente a série acabou, mas tem as seis primeiras temporadas disponíveis no Netflix e as sete (total) disponíveis no NET NOW. Se você ainda não viu, corra para assistir porque vale super super a pena. 🙂 Beijos!