AD ASTRA | O filme espacial e clichê de Brad Pitt!
ATÉ AS ESTRELAS
Filmes com temática espacial sempre estiveram presente em telas de cinema. Desde grandes sucessos, como Armageddon, até produções mais recentes, como Interstelar, sempre dividiram a opinião do público. Trazendo uma premissa quase sempre igual, deixaram de surpreender. Esta semana um novo lançamento acontece no Planeta Terra. Ad Astra, protagonizado por Brad Pitt, estreia no dia 26 de setembro.
Com mais de duas horas de duração, Ad Astra traz a temática espacial às telas mais uma vez. O personagem central é vivido por Pitt, que interpreta o astronauta Roy McBride. Tendo perdido o pai, também astronauta, muito cedo, Roy cresceu tentando seguir o legado de Clifford McBride. O homem é tido como um verdadeiro herói dentro da SPACECOM, uma lenda dentre muitos. Para Roy, porém, o pai abandonou a família para se dedicar a um sonho.
A história
Clifford foi o primeiro homem a pisar em diversos plantes, dentre eles Saturno e Netuno. Sua obsessão em descobrir vidas inteligentes cresceu exponencialmente com o tempo, afastando-o do resto do mundo. Marcado pela perda do pai, Roy tenta seguir seus passos e honrar o legado que deixou.
Após uma série de descargas elétricas, alguns astronautas foram mortos. Roy quase perdeu a vida, sendo salvo por um triz. As consequências que tais descargas geram em sua vida são inimagináveis. O nome de Clifford volta a circular após indícios sugerirem que o astronauta está vivo. Roy é enviado para Marte, buscando tentar contato com o pai, que habita Netuno há anos. Ele cresceu superando a perda de Clifford e agora todo o seu passado vem à tona.
O filme
Ad Astra cai no mesmo ciclo vicioso de todo filme com temática espacial. Temos um problema acontecendo no espaço que pode eliminar toda a vida na Terra. As descargas elétricas mencionadas afetaram todo o mundo e se não forem interrompidas, a raça humana será extinta. Para acabar com o problema, um herói nacional precisa viajar até a fonte e destruí-lo. Faltou apenas Steve Tyler cantando I Don’t Wanna Miss a Thing na cena final de Brad Pitt.
A temática central é batida e não surpreende. Sabemos que o personagem de Pitt é o escolhido para salvar o mundo e sabemos que conseguirá. Tentando criar uma história por trás do problema principal, desenvolvem a relação entre Roy e seu pai, interpretado por Tommy Lee Jones. O que tornaria o filme original apenas o afunda mais. A relação não é bem desenvolvida e o desfecho escolhido é o pior possível.
Ad Astra
O título do filme está relacionada a busca inalcançável de Roy por seu pai. Toda a produção se fundamenta nisso, levando 120 minutos para resolver o problema. Entretanto, a solução é tão simples e rápida que desmoraliza todo o início do filme. A relação de Roy e Clifford é criada com o propósito de ser complexa e extremamente prejudicada pelo tempo. O reencontro entre eles, porém, embora traga o melhor momento do filme, não demora mais de dez minutos. Após 1:40h de filme, chega a ser revoltando para o público presenciar o desfecho.
Quando deixamos o relacionamento familiar de lado, Ad Astra se mostra um filme bastante chato. O longa não traz nenhum plot twist, momento auge ou grandes cenas de ação. A história segue um mesmo ritmo do início ao fim, entregando algo chato e tedioso para o público. O filme se arrasta e muito na história. E somando isso a previsibilidade do roteiro, ao desfecho inconclusivo e a longa duração, certamente não está entre os destaques positivos do ano.
O elenco
Não podemos culpar os atores pelo desastre do filme. A temática espacial o torna apenas mais um dentre muitos do gênero, sem grandes destaques. O principal atrativo de Ad Astra está em seu elenco. Não é a toa, inclusive, que o rosto de Brad Pitt estampa todos os pôsteres e cartazes. Ele é a principal estratégia de marketing para atrair o público para os cinemas, principalmente em uma produção que não se sustenta sozinha.
Pitt interpreta Roy com maestria e realmente é o grande destaque. Se assistimos até o final do filme, é pelo excelente trabalho do ator. Ele não consegue salvar Ad Astra de ser monótono, mas o torna tolerável durante os 120 minutos. O auge de seu personagem está na cena em que dialoga com Tommy Lee Jones. A conversa entre pai e filho é o que podemos chamar de ápice do filme e realmente é muito bem desenvolvida.
Enfim
Liv Tyler vive a namorada de Roy e é mais um ponto fraco do filme. O relacionamento dos dois é inexistente e se ela aparece por 5 minutos é muito. Após vê-la em O Senhor dos Anéis, esperávamos minimamente um grande momento da atriz. Na verdade, qualquer outro nome poderia interpretar a jovem, visto que Tyler não tem a chance de mostrar seu talento.
Ad Astra traz ainda outros grandes nomes do entretenimento. Donald Sutherland atua muito bem no tempo curto que tem em tela. Suas cenas com Brad Pitt enganam, pois dão a impressão de que algo bem virá pela frente. Ledo engano, pois os clichês começam logo depois. O elenco é composto ainda por Ruth Negga, Kimberly Elise, John Ortiz, Jamie Kennedy, Natasha Lyonne e muitos outros.
Aos fãs de Brad Pitt, é melhor conferir outro filme do ator que está nos cinemas. Ad Astra certamente não é dos melhores de sua carreira. Um marco não muito na carreira do diretor James Gray.
Ad Astra chega aos cinemas no dia 26 de setembro.