NO MELHOR ESTILO ROCKY, CARROS ESTÁ DE VOLTA PARA FECHAR SUA TRILOGIA!
A
Pixar é o estúdio que consegue criar animações perfeitas para ambos adultos e crianças. Por trás de filmes como
Toy Story,
Wall-E,
Divertida Mente, entre muitos outras, a empresa encontrou sua fraqueza quando estreou nos cinemas em 2005 a franquia
Carros.
O primeiro filme já não é um dos melhores da
Pixar, mas mesmo assim conseguiu encantar muitos por sua clássica abordagem da “jornada do herói”, e por ter personagens carismático. Já,
Carros 2 é um fracasso. É difícil até mesmo pensar como essa animação é um filme do renomado estúdio.
Buscando uma redenção,
Carros 3 foi anunciado a alguns anos e por incrível que pareça a ansiedade para esse filme aumentava entre os fãs de animações a cada novo clipe e trailer. Finalmente, em junho de 2017, o longa chegou aos cinemas e conseguiu se redimir pelo fiasco do último.
No filme, vemos o Relâmpago McQueen no seu auge. McQueen aproveitou toda a sua carreira estando sempre no melhor de seu físico, vencendo muitas vezes Copa Pistão, em uma rivalidade divertida com Bobby e Cal.
Tudo isso muda, quando uma nova geração tecnológica de pilotos chega ao mundo das corridas. Ficando ultrapassados, todos os velhos amigos de McQueen vão se aposentando, um a um. O único que sobra é o próprio Relâmpago, que já não é o mesmo.
Obviamente mais velho,
Relâmpago (Owen Wilson) se vê no seu limite, enfrentando alguém com uma capacidade muito maior que a sua (
Jackson Storm). E então acontece o grande acidente, um dos momentos mais tristes da história das animações.
A partir dai, entramos em um ponto em que a
Pixar não costuma perder a mão, mas que nesse caso perde. A animação se torna um tanto quanto adulta demais. Nessa parte, vemos um Relâmpago motivado a retornar as corridas melhor do que nunca, mas esse foco acaba por se tornar em um segundo ato um tanto quanto chato.
Talvez não totalmente para adultos, mas sim para as crianças, que em tese seriam o público alvo. Com inspirações claras em
Rocky 3, é divertido ver algumas referências bem claras a série de
Sylvester Stallone. Um exemplo, é a cena da praia, que me levou diretamente a atmosfera do clássico de boxe.
Com a Rusteze comprada por um bilionário, um centro de treinamento é aberto e somos apresentados a Cruz Ramirez.
Desde o início, pistas sobre o destino da trama são jogados na tela. É a história da Cruz, não do Relâmpago.
Assim como
Doc Hudson viu em McQueen o que nem ele mesmo viu em si mesmo, Relâmpago viu em
Cruz Ramirez o que nem ela viu em si mesmo.
Com uma abordagem totalmente atual do preconceito sofrido pelas mulheres, o terceiro ato muda totalmente o sentido do filme. Relâmpago se torna o mentor de Cruz, a nova estrela da
Dinoco.
O final deixa tudo bem claro e chega a ser satisfatório. Porém, todo o caminho percorrido até aqui talvez não tenha sido o melhor. Há um sentimento de que não para esse ser
Todos os três filmes possuem erros. Alguns deles nem parecem serem cometidos por esse estúdio tão elogiado e que todos nós esperamos tanto, mas todos erram e esse foi o erro da
Pixar, focar demais no marketing. Talvez não seja culpa totalmente deles, mas se existiu
Carros 2 foi por culpa da alta venda de brinquedos baseados no filme.
Enfim,
Carros 3 encerra uma franquia que já não tinha mais o que ser explorada. O final, foi realmente o melhor possível dadas as circunstâncias, mas essa animação é bem mais que isso. Mesmo com uma abordagem que dá o que falar, fica na cara que tudo não passa de uma homenagem a
Paul Newman.
O dublador de
Doc infelizmente faleceu 2008. Para recria-lo o estúdio utilizou falas gravadas por Newman no primeiro longa que não foram utilizadas na versão final. E falando a verdade, se não fosse pela presença de Doc muito do filme não teria funcionado. Ele é o ponto central da história. Sua história com Relâmpago e todo o seu lado rabugento que acaba por ser um amor de pai é mostrado por
Smokey e isso é o genial de
Carros 3, isso é a
Pixar criando uma história que mesmo com seus problemas, encanta e nos faz refletir sobre os valores da vida.
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