Por que Eddie conquistou tanto os fãs de Stranger Things
Desde a primeira temporada de Stranger Things, Matt e Ross Duffer parecem nos apresentar personagens para simplesmente retirá-los de nós. Tá, tudo bem, a Barb na primeira temporada não conta… Mesmo sendo, até hoje, o principal gatilho emocional de Nancy. Contudo, a partir da segunda temporada os Duffers seguiram um Modus Operandi onde os personagens recém introduzidos, sempre eram levados de nós de maneira incrivelmente prematura. Foi assim com Bob, com Smirnoff (eu sei que esse não era seu nome), com Billy (Será?), e foi assim com Eddie.
E por mais que os criadores do show afirmem que a morte dele era eminente: “Tanto ela [Max] quanto Eddie, desde o início, eles eram alvos, e ambos estão ferrados como resultado de Vecna e das circunstâncias, no caso de Eddie. ambos condenados de certa forma desde o início da temporada. Diferente de algo como Bob ou onde é apenas um choque. É tipo, esses personagens estão caminhando para o desastre desde o início da temporada.” [Via Collider] Nós fãs não superamos e certamente não superaremos, e seu solo de “Master of Puppets” do Metallica ficará para sempre na história e em nossos corações.
Sim, Brasil… Joseph Quinn, Aka Eddie conquistou nossos corações e vim trazer o porque disso.
Por mais que Stranger Things seja uma série protagonizada por crianças [Não tão mais crianças assim], ela originalmente foi direcionada para um público mais velho.
Estamos falando dos Duffers, nerds raiz, aqueles que viveram a década de 80, jogaram RPG, sofreram bullying por serem estranhos e hoje contam para o mundo através de metáforas os seus sentimentos da época intercalando com o melhor daquele universo, as roupas, as músicas, os filmes, o RPG! Stranger Things é um imenso jogo de RPG em live-action e isso fica evidente quando os Duffers os ranqueiam com títulos… Mas os monstros e as dimensões existentes também são fruto deste universo tão rico que eles simplesmente trouxeram á tona com maestria.
O Eddie, personagem de Joseph Quinn, inserido [infelizmente] no quarto ano do show tinha tudo para ser um antagonista e se mostrou uma das pessoas mais incríveis e bem construídas que Stranger Things retratou. Isso por que, Eddie é a personificação do muitos dos que inicialmente seriam o público alvo do show.
Hoje, muitos jovens assistem Stranger Things e a produção acabou abraçando todos os públicos, mas o personagem de Joseph Quinn subverte o estereótipo de grande parte dos nerds da década de 80 e 90. O cara outsider, roqueiro e que só queria fazer o bem, mesmo que sua carcaça mostrasse o contrário e que ele a vestisse puramente como uma armadura para tudo que viveu/vive.
O olhar de Joseph Quinn consegue transmitir a alma infantil de um adolescente que só queria ter “seu ano” e que o teve, junto de um grupo que o acolheu e acreditou; e por eles se sacrificou.
Eddie trouxe à tona o debate do pânico satânico, tão atual na época, e que causou a morte e a prisão de tantas pessoas injustamente, por puro preconceito; e assim como muitas destas pessoas, Eddie morreu sem que o mundo soubesse a verdade sobre sua inocência.
E acredito que por isso Eddie tenha conquistado todos nós. Ele não somente traz consigo sua alma de criança, como promove uma crítica social profunda sobre o preconceito, sobretudo do diferente, ainda hoje presente na sociedade.
As quatro temporadas de Stranger Things, já estão disponíveis na Netflix.
LEIA MAIS SOBRE SÉRIES