Awake entrega potencial no roteiro, mas não usa bem o elenco
Nos últimos anos, a Netflix parece ter investido cada vez mais em produzir filmes de ação bons o suficiente para ganharem o mínimo de audiência, mas não bom o suficiente para irem aos cinemas. Foi assim que Operação Resgate, Titan e muitos outros, produções que não emplacaram ao ponto de um sucesso absoluto, mas que trouxeram um elenco satisfatório para atingirem mais de 60% de aprovação. O mais novo lançamento do streaming a seguir a tradição é Awake, filme protagonizado por Ginna Rodriguez.
No último dia 9 de junho a Netflix divulgou seu mais novo lançamento, sem fazer grande alarde ou campanha de divulção. Em um dia onde o Disney+ lançou Loki, Awake ficou quase que esquecido nos lançamentos e apenas quem deu a chance ao streaming conseguiu ver a capa da trama. Dirigido por Mark Raso, Awake conta com a estrela de Jane the Virgin no papel da protagonista. Ela vive uma ex-soldada, que luta para manter os filhos vivos e saudáveis. Ela só não contava com o evento apocalíptico que aconteceria no futuro.
A trama
O que aconteceria se todos os aparelhos eletrônicos parassem de funcionar e todos os seres humanos da Terra não conseguissem mais domir? Todos permaneceriam acordados, o que explica o título do filme (Awake em inglês é acordar/acordado) e basicamente resume toda a trama. A filha de Jill é uma das raras exceções no mundo inteiro, algo que mexe com todas as suas estruturas e a obriga a virar sua vida de cabeça para baixo.
Awake entrega um resultado satisfatório em sua produção, começando pelo roteiro completamente original. Joseph Raso e Gregory Poirier fizeram um ótimo trabalho ao desenvolver a história e criam o cenário perfeito de uma distopia apocalíptica misturada com um toque de ficção científica. O problema começa quando todo o tempo destinado ao roteiro é desperdiçado ao não se dar espaço o suficiente para que o elenco possa moldar a história.
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Awake
A produção nos apresenta persoangens complexos e com histórias marcantes em seu passado. A protagonista, por exemplo, é uma mãe dedicada, uma ex-viciada em drogas com recaídas frequentes, uma ex-soldado marcada pelos traumas do exército e uma sobrevivente. Com todos os pontos necessários para desenvolver a personagem, tudo isso é deixado de lado e os pontos são quase que jogados fora ao longo do filme.
Quando conhecemos os filhos de Jill, pensamos estar ali a oportunidade de um desenvolvimento no roteiro, algo que também não chega. Os jovens são divertidos e carismáticos, mas não passam disso. Ao final, são duas figuras que serviram apenas para tapar um buraco no elenco, que precisava de coadjuvantes.
Ao final, descobrimos que Awake não tem o menor propósito de existir. O filme não é ruim, mas não consegue convencer o público sobre o porque de estarmos assistindo ao filme.
Awake está disponível na Netflix.