Terceira temporada de Cobra Kai não é nada além de perfeita
Desde que chegou a Netflix com suas duas primeiras temporadas, Cobra Kai conquistou uma legião de fãs. O seriado que deu continuidade a franquia de filmes do Karate Kid não demorou para agradar e quando a Netflix adquiriu os direitos da produção, originalmente do YouTube, a alegria foi imensa. Enfim conhecemos a terceira temporada de Cobra Kai, que traz não apenas o melhor das duas primeiras, como também inova na nostalgia e em elementos cruciais para o sucesso do seriado.
A série
A terceira temporada começa dias após o final dos desfechos da segunda, com Miguel se recuperando lentamente no hospital. Johnny não conseguiu lidar com as consequências da luta envolvendo seu aluno e seu filho, cujo paradeiro segue desconhecido. O embate silencioso entre o personagem de William Zabka e o personagem de Ralph Macchio segue cada vez mais forte, mas agora existe algo maior que os egos. A saúde de Miguel, o sumiço de Robby e o comportamento de Sam deixam os dois homens aflitos, querendo resolver algo que está fora de sua alçada. Como se não fosse suficiente, o retorno definitivo de John Kreese como líder do Cobra Kai é a cereja do bolo de desastre. O karatê foi muito afetado pela confusão que aconteceu na escola e agora cabe aos dois senseis lutarem pela luta que tanto amam.
John Hurwitz, Josh Heald e Hayden Schlossberg, criadores da série, encontraram na terceira temporada uma forma de se reiventar, ao mesmo tempo em que homenagearam a produção original. Sem spoilers, Cobra Kai consegue criar, em uma única cena, momentos que farão os fãs de Karate Kid se emocionarem. A série nos leva ao Japão, nos traz de volta a realidade nos Estados Unidos e nos transporta para um tempo que não volta mais, onde o personagem de Pat Morita ensinava o jovem LaRusso a arte do Karatê. Mas acima de tudo, Cobra Kai desenvolve seus personagens, dando espaço para um contar sua história, com destaque para o jovem Kreese e para a nova versão de Johnny Lawrence.
O elenco
Assim como já havia acontecido nas duas primeiras temporadas, a terceira chega para deixar claro, de uma vez por todas, que Johnny não é o personagem que conhecemos em Karatê Kid, pelo contrário. Méritos para Zabka, Lawrence tem sua verdadeira redenção nessa nova leva de episódios, principalmente pelo acidente de Miguel. Os fantasmas do passado de Johnny ainda o assombram e para seguir em frente, ele precisará enfrenta-los de uma forma ou de outro. Zabka consegue criar no público um sentimento de empatia desde o primeiro momento e aguardamos ansiosamente pelas próximas cenas de Johnny na temporada. E não pensem que estamos falando apenas de diálogos bonitos ou coisas do tipo. A formação de Zabka em artes marciais é posta a prova, em uma cena emblemática ao lado de Ralph Macchio.
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Falemos também dos jovens, que são o chamariz para a nova geração de fãs de Cobra Kai. O relacionamento entre Johnny e Miguel (Xolo Maridueña) foi iniciado nas primeiras temporadas, mas ganha toda uma impulsão nessa nova season. Enquanto o adulto é desleixado, impulsivo e durão, Miguel acorda do coma uma nova pessoa. Ele se arrepende dos erros que cometeu e o amor que sente por Sam o transforma em um menino gentil e preocupado. As piadas sem graça de Johnny, os ensinamentos de Miguel referentes a tecnologia e muito mais, criam uma relação de pai e filho que é o grande chamariz de Cobra Kai.
E ao passo que a série cria seu herói, também constrói o grande vilão de Cobra Kai, revelado na segunda temporada. Os novos capítulos trazem a jornada de John Kreese (Martin Kove) no exército, no exato momento em que “o monstro” foi criado. O verdadeiro vilão foi enfim revelado, mas ainda não chegou o momento em que teremos uma vitória dos heróis. No maior estilo Cobra Kai, a temporada acaba no auge, obrigando o público a aguardar pela quarta. O ódio diante do que Kreese faz não é justificado por sua jornada, mas explica que todo vilão tem uma história a ser contada.
Pontos fracos?
A terceira temporada é sim perfeita, mas algumas pontas ficaram soltas demais diante da trama. Robby (Tanner Buchanan) aparece em tela por no máximo 10 minutos se somarmos toda a temporada. Seu personagem é completamente deixado de lado, principalmente quando comparamos com o destaque que teve anteriormente. Sua relação com Sam (Mary Mouser) e Miguel foram pontos altos das temporadas anteriores e o que temos agora é um menino revoltado, com pouco diálogo e um comportamento pouco desenvolvido. Robby ganhou o coração do público de Cobra Kai e seria muito bom tê-lo novamente.
Outra personagem que fez falta, mas dessa vez em sentido literal, foi Aisha (Nichole Brown). A personagem não voltou para a terceira temporada e simplesmente nada foi explicado. Sua história ganhou importâncias nas duas primeiras temporadas, mas foi completamente descartada na terceira, sem explicação da produção. Um grande furo que poderia ter tornado a experiência de Cobra Kai ainda melhor.
As 3 temporadas da série estão disponíveis na Netflix.