O relacionamento entre Caitlin e Fraser cresce no 3º episódio

Embora não esteja recebendo o devido destaque que merecia, We Are Who We Are segue sendo uma das melhores séries da atualidade. A produção da HBO disfarça a história adolescente que aparenta ser, mas no fundo traz mensagens extremamente necessárias. Após o baque que veio com o segundo episódio, carregado de significado e temáticas complexas, como estupro, a pressão da primeira vez e identficação de gênero, o terceiro capítulo chegou e marcou. Por mais que tenha seguido um ritmo mais tranquilo que o anterior, no maior estilo WAWWA, o episódio encontrou seu espaço para falar o que pretendia. 

Os protagonistas

Fraser e Caitlin estão, a cada episódio, desenvolvendo mais e mais seu relacionamento. Mesmo que ainda não saibam o que seja, por ambos não terem certeza de suas opções sexuais ou até mesmo do gênero com o qual se identificam, eles traçam uma amizade pura e bonita. A sociedade logo os taxa como namorados, por parecer essa a única opção ali. Juntos, estão se descobrindo cada vez mais.

Fraser sabe ter atração por homens, o que fica ainda mais claro nesse episódio após uma cena entre ele e o Major da base. Ela, por sua vez, vem mostrando desde o primeiro episódio o quanto se identifica com o gênero masculino. Caitlin já escondeu o cabelo dentro de um boné e usa roupas largas, o que não significa nada, apenas uma questão de vestuário. Ao passo que a história está se desenvolvendo, porém, vemos a transição acontecendo na cabeça da menina. Em uma das melhores cenas do episódio, ela deixa claro o quanto gostaria de ter a “barba” de Fraser e até mesmo pede ao amigo para ensina-la a usar uma lâmina de barbear. A inocência presente na cena é linda e temos os dois com sorrisos largos, sendo felizes, sem a pressão imposta pelo universo que os cerca. 

Fraser

A série ainda não deu nomes aos bois quando o assunto é o que se passa pela cabeça do menino. É evidente que ele passou por algum trauma ou enfrenta algum transtorno, ignorado pela mãe biológica e percebido pela mãe adotiva. O menino é violento e tem explosões de comportamento quando se sente contrariado ou simplesmente quando algo não está certo. Em seus surtos, ele ataca a mãe ou sai correndo, quebrando coisas e atraindo toda a atenção para si. Pouco tempo depois, ele acalma o monstro que vive dentro de si e se torna o menino calmo de sempre. A negligência da mãe em buscar um tratamento ainda não foi abordada, mas já é mais um ponto da série que precisamos falar. 

Alice Braga

Um último ponto foi destaque no episódio. Maggie, personagem da atriz brasileira, vem ganhando uma importância cada vez maior ao longo dos episódios. Inicialmente, ela nos foi apresentada como a esposa de Sarah, alguém cuja vida mudou completamente em função do trabalho da parceira. Maggie vem crescendo em cena, principalmente após os surtos de Fraser, mostrando ser alguém muito mais importante do que apenas a esposa. No último episódio, porém, ela protagoniza momentos com Jenny (Faith Alabi), mãe de Caitlin. As duas descobrem o prazer da companhia uma da outra e em alguns momentos, trocas de olhares deixaram algo ali para o público entender. Jenny é extremamente conservadora e devota ao marido militar, mas fica claro que há sentimentos dentro dela prontos para crescer. 

We Are Who We Are é exibida semanalmente  no HBO. 

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