CARNIVAL ROW | Um reino mitológico e mágico na 1ª temporada!

UM SHOW DE FANTASIA!

O que aconteceria se misturássemos Romeu e Julieta, Crônicas de Nárnia e Orgulho e Preconceito? O resultado provavelmente muito se assemelharia a Carnival Row. O novo lançamento do Amazon Prime explora o auge da fantasia e do mitológico. Passando pelo sobrenatural, mas sem lidar com terror, a produção é fundamentada no belo e no desconhecido. Através de criaturas belíssimas, como fadas, centauros e faunos, o cenário toma forma. Trazendo um pouco de normalidade, seres humanos chegam fazendo o que fazem de melhor: destruir tudo aquilo que pisam.

Embora predominantes, os elementos fantásticos não nos afastam muito da realidade. Basta ver os diversos conflitos por território existentes para entender que Carnival Row nada mais é do que um reflexo da realidade, com a adição de fadas e faunos. Não precisamos ir muito longe para ver a xenofobia enraizada em muitas sociedades. Ao alcance de um botão, ligamos a televisão e vemos milhares de povos destituídos de suas terras sem razão aparente. O que acontece na ficção, imita a vida. Acrescentamos Orlando Bloom e Cara Delevigne, ótimos em seus papéis aliás, e vois là, temos um público atento.

Carnival Row

A trama se inicia contextualizando o público do cenário vigente. Uma sociedade composta por seres mitológicos vivia tranquilamente em sua floresta. Localizado próxima a uma pedreira, o local era rodeado por centauros, faunos e fadas, que nessa história se chamarão Fae. Cada qual com sua própria característica, vivam em harmonia e em respeito a diversidade. O “lugar encantado”, por assim dizer, era uma espécie de pequena Nárnia.

As consequências de viverem isolados logo são cobradas, por aqueles que mais destroem a vida nos dias de hoje. Bruxas, Faes e todos os habitantes do lugar são atacados pelos humanos. Sem pretexto ou justificativa, os soldados atacam a civilização e exterminam quase toda a população. Asas são arrancadas, chifres decepados e vidas tiradas em montante. Os sobreviventes foram obrigados a se tornar serviçais dos humanos, enquanto muitas mulheres optaram pela prostituição.

O Romance

Cara Delevigne e Orlando Bloom são os rostos de Carnival Row. Mesmo que desenvolva diversas tramas paralelas, sempre voltamos ao casal de protagonistas. No maior estilo Romeu e Julieta, eles vivem um amor proibido pela sociedade. Ela é Vignette Stonemoss, uma Fae de beleza invejável e extremamente geniosa. Disposta a lutar pelo direito de seu povo, nunca abaixa a cabeça para os homens armados. Ele vive Rycroft Philostrate, ou Philo para os íntimos. As cicatrizes escondem as marcas do passado, mas não quem ele é agora. Ele está na guarda responsável para proteger a cidade dos seres mágicos, mas não contava com se apaixonar por um deles.

A História

A história por trás de Carnival Row reflete o modelo vivido e praticado por muitas sociedades. O preconceito, a xenofobia e a intolerância para com os diferentes são, até hoje, encontrados em muitas civilizações. E mesmo que tenha todo esse embasamento histórico, o universo fantástico criado consegue ser extremamente original. Os seres são belíssimos, o detalhadamente dos indivíduos feito com cuidado. Ver tal roteiro criado sem se basear em um livro, por exemplo, é algo raro e deve ser mencionado!

A criatividade consegue ser, ao mesmo tempo, o positivo e o negativo de Carnival Row. A trama principal envolvendo Bloom e Delevigne precisa das tramas paralelas para se desenvolver. Entretanto, o diretor Jon Amiel acaba se perdendo em tanto conteúdo. Em determinado momento da série, temos diversos pequenos diálogos acontecendo sem a menor relação. Casais que se formam e se separam sem ao menos ter um motivo; conflitos criados sem uma explicação e a revelação do assassino também deixa a desejar. Não por ser quem é, mas pela falta de uma justificativa plausível para o público.

O Elenco

É provável que essa seja a melhor atuação de Cara Delevigne. Até hoje, a atriz não deu sorte nos trabalhos que fez, tendo como maior destaque seu papel em Esquadrão Suicida. Vignette nos mostra um lado de Cara que até então desconhecíamos. A atriz consegue passar a imagem da jovem apaixonada, ao mesmo tempo que impõe os direitos de sua personagem. Arrisca-se até mesmo a dizer que Delevigne é o grande destaque de Carnival Row.

Após vermos Orlando Bloom em duas das maiores franquias do mundo, fica difícil comparar sua atuação em poucos episódios. E não devemos fazê-la. O ator entrega exatamente aquilo que a série exige. Logo criamos empatia por Phylo e sua história, principalmente quando seu passado é revelado. A química entre ele e Cara é ótima, fazendo com que realmente torçamos para o casal. Sem muito destaque, acompanha a história e se desenvolve com ela. Ao lado da outra protagonista, regem o ritmo do seriado com sucesso.

Outros nomes de destaque do elenco são Tamzin Merchant, David Gyasi, Indira Varma, Karla Crome e Jared Harris. São os protagonistas das histórias paralelas que, ao lado do romance protagonista, compõe o roteiro. 

Enfim…

A renovação para uma segunda temporada pode ser o alívio que precisávamos. Dado o que foi dito acima, muito ficou sem resposta e simplesmente aconteceu. O gancho deixado para os próximos episódios é óbvio, mas não é o único. Foram tantas tramas, que acabamos nos perdendo. Ao final, personagens fazem seu último discurso antes do correr dos créditos. Não sabemos se os veremos de novo ou se seus dramas particulares encontrarão um desfecho.

Em suma, a primeira temporada de Carnival Row entrega um bom resultado. Com um cenário incrível, personagens bem desenvolvidos e desenhados, um roteiro original e criativo, o seriado nos deixa ansiosos pela próxima temporada.

Carnival Row chega hoje no Amazon Prime. 

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