13 REASONS WHY | 3ª temporada acerta nas escolhas de temas críticos mas causa estranheza com nova abordagem!
QUEM MATOU BRYCE WALKER?
Se os anos anteriores de 13 Reasons Why, eram um grito silencioso dos jovens que precisavam ser vistos e de atenção em meio a uma sociedade doente, o novo ano se perde ao forçar a redenção de um personagem já consolidado e introduzir um suspense adolescente onde não se encaixa.
Antes fosse Bryce o único problema, pelo contrário… eu, como fã, gostaria muito que o lado abordado tivesse sido trabalhado anteriormente faria muito mais sentido, já que nada sabíamos dele, ao ponto acharmos possuir uma história rasa e superficial. Mas a necessidade de se introduzir elementos cujo os desfechos são superficiais e confusos, se arrasta desde a temporada anterior, onde nitidamente poderia ter tido metade dos números de episódios que teve.
Com a introdução de uma nova personagem, a Ani que além de narradora – igual Hanna Backer foi – é aluna do último ano da escola Liberty e mora na casa de Bryce. A personagem é filha da enfermeira que cuida do avô no personagem (que não lembro de ter sido mencionado anteriormente). Mas até ai, OK! A questão é quão forçado é a introdução nela no contexto apresentado e no circulo de amigos, e como ela conhece todos e todas as histórias com tamanha propriedade ao ponto de decidir o desfecho de toda a trama e o caminho que eles precisam seguir.
Ani está ali, não só como ponto de conexão e atrito entre os núcleos da série, mas para mostrar um outro lado de Bryce, com a famosa premissa de que “cada história tem dois lados”, ou até mesmo de que “cada um tem uma história por trás, que desconhecemos”. Ela apresenta um personagem solitário (O que já sabíamos), desprezado pelos pais, descriminado na nova escola, com “problemas psicológicos”… Com certeza, em alguns momentos você ai se comover, pois a série é feita para nos identificarmos (muitas das vezes) com os dramas… mas a questão é que o Bryce NUNCA teve esse escopo, o que torna TUDOOO forçado ao extremo.
Tony e Alex estão simplesmente existindo, ao passo que Clay e Justin mostram uma química incrível em cena e aprendem a importância de um para o outro. Vale lembrar que Clay, continua sendo o “Salvador da Pátria” ou tentando ser… Mas, até que ponto? Até quando suas tentativas de sempre ajudar os amigos não irão o prejudicar?
A 2º temporada termina com ele (Clay) sendo “preso” pela polícia para salvar o Tyler; e eu estou até agora tentando saber como ele se livrou. Se alguém souber me conta, por favor! Se em algum momento foi dito, foi de uma maneira tão superficial que com certeza passou despercebido à todos.
Personagens anteriores foram totalmente descartados nessa temporada, ao ponto de nem terem sido mencionados. E a quem interessar possa, sim, a Hannah é mencionada e tem sua importância em diversos momentos.
Tyler e Jessica foram os personagens de maior importância e crescimento na temporada, a força e coragem que demonstraram já valeu por tudo… até mesmo pelo final Tosco de “QUEM MATOU BRYCE WALKER?” Mais uma vez reforço, os caminhos das resoluções tomadas para alguns personagens e para algumas personalidades já consolidadas foi tão estereotipado, que soou ridículo.
A fotografia do show é sempre impecável, mesclando cenas vivas para representar o passado, onde tudo parecia “bem” e normal e cores escuras para identificarmos o presente com todo o caos que estava sendo vivido pelos personagens. Já a edição e os cortes de cena, no 1º episódio, assim como em outros fica confusa e atrapalha o entendimento do espectador.
No mais, a 3ª temporada de 13 Reasons Why teve mais baixos do que altos, prevalecendo de positivo as críticas sempre muito bem colocadas a cada episódio como abuso, feminismo, homofobia, racismo e ausência familiar que ficam em evidência neste ano, Mas falha em mudar drasticamente a proposta inicial da série causando mais estranheza do que aceitação, tornando assim, mais fácil o fim da série na 4ª temporada.
As 3 temporadas de 13 Reasons Why estão disponíveis na Netflix