Capítulo 07 – Recuperação Rápida!
No último capítulo: “
Ele se soltou completamente ao atingir seu nível máximo de exaustão e sentiu seu corpo ir parando muito lentamente por causa da inércia. Seu ponto final foi em uma parede colchões feita poucos minutos antes pela equipe de Luke ao detectarem Cris no radar. Ele bateu o corpo e desmaiou no chão, tendo como última visão seu corpo ser carregado em uma maca por um corredor de luzes brancas. Seus olhos não paravam quietos e tudo parecia rodar. Ele não tinha ideia alguma sobre como o Lebre estava, mas ao menos ele tinha conseguido cumprir sua missão de resgate e sairia com vida para fazer muito mais!”
Confira agora o capítulo de hoje:
Enquanto estava preso em uma cama de descontaminação, Cris ouvia os gritos de Lebre, que estava tendo sua perna operada após ter seu pé arrancado pela boca de um C-8. “Serra”, “bisturis” e “bandagens” foram as poucas palavras que conseguiu ouvir em seu tubo de isolamento.
Conhecendo a tecnologia da Atomis, Cris imaginou que Lebre estaria com um pé novo e correndo como sempre fez. As coisas não iriam seguir exatamente esse rumo, mas algum Canavar iria pagar por aquilo que fez.
– Garoto! – Luke disse acordando Cris de seu sono dentro da câmara – Acorda, seu ciclo aí já acabou.
Com calma o rapaz viu o tubo abrindo e sentou na beirada da cama. Sentiu-se aliviado ao respirar um oxigênio limpo e mecanicamente natural. Sua armadura estava pendurada logo ao lado em um suporte próprio e também havia passado pelo processo de descontaminação.
– Deu tudo certo, não deu? – Cris perguntou se referindo ao Lebre.
– Claro que sim! – Luke explicou – Não era nada grave. Amanha mesmo ele ganha um ganha um calçado novo pra poder começar a fisioterapia.
– Então ele pode voltar a correr?
Luke se manteve calado e olhou com pesar para a armadura, que ainda não tinha um nome. Ele apenas deu um leve tapa no braço de Cris e disse para ir à sua sala depois de tomar um café para acordar.
O garoto se levantou, esticou seu corpo e se arrependeu no mesmo segundo. Nunca havia feito tanto esforço assim, então seus músculos estavam implorando para um período de descanso. Cris selecionou um chocolate quente na máquina automática de vendas e caminhou pelos corredores da ala hospitalar até encontrar o elevador que o levaria a seção correta entre as dezenas de escritórios e oficinas.
A sala de Luke ficava ao fim do corredor e tinha seu nome na porta ao lado de sua função.
“Luke Cavel – técnico e comandante do projeto Nebula 2”
O garoto bateu na porta e entrou sem grandes cerimônias, ficando surpreso ao descobrir que seu escritório era bem mais organizado do que sua oficina de armaduras.
– Estou no lugar certo? – Cris perguntou sentado-se na cadeira giratória no lado oposto a Luke da mesa.
– Por que todo mundo fica surpreso por eu saber como usar pastas? – Luke respondeu ironicamente – Senta aí, tenho uma oportunidade única para você!
Cris colocou seu copo de chocolate sobre a mesa e sentou na cadeira giratória. Mesmo sabendo que o Lebre estava bem, gostaria de mais detalhes sobre o caso. Enquanto Luke assinava alguns documentos sem nem ler o conteúdo, o rapaz aproveitou a chance para fazer sua pergunta:
– O Lebre… – Gaguejou – Como ele vai ficar?
– Não vou mentir para você. O caso dele não é tão simples como o seu. – Ele respirou pesadamente antes de começar sua fala – Até mesmo um arranhão de um Canavar pode causar infecções com bactérias sob as quais não temos controle.
– A Atomis é uma das empresas que mais investe em tecnologia. E a KHM pode ajudar em algo também!
– Seria ótimo ter a ajuda do Henry, mas ele não vai muito com a nossa cara. Foi um milagre terem doado dinheiro para ajudar no seu tratamento e no do Lebre. Ainda mais um cheque sem limites, já que não revelamos para ninguém como vocês estão.
– Espera, está dizendo que a KHM está pagando pela fisioterapia do Lebre?
Luke parecia não entender direito o porque da empresa do pai de Motti estar ajudando. A Atomis tinha dinheiro suficiente para pagar cuidados médicos à metade da população da cidade Delta. Mas Henry havia feito questão de que seu dinheiro estivesse no meio desse processo.
Se sentindo na obrigação de agradecer, Cris decidiu que iria ligar para os escritórios da empresa e tentar contato com Henry. Mas, antes disso, continuou a conversa com Luke sobre sua proposta.
– O seu desempenho nessa missão foi sensacional! – Ele exclamou – Mesmo sem conseguir atingir a velocidade máxima, nunca vimos alguém ter tanto controle sobre uma armadura do Nebula quase sem treinamento.
– Para falar a verdade, eu não sei como consegui manter o equilíbrio. – Cris riu sem graça.
– Para encurtar a história, ate porque tenho que olhar o quadro do seu colega, a Atomis está aqui para te fazer uma proposta. Queremos que você treine junta com o resto do projeto Nebula 2.
Cris ficou sem palavras. Não entendia como tudo estava indo tão rápido. Em um dia havia se inscrito para um estágio de férias, no outro estava sendo contratado para pilotar e lutar dentro da armadura que construira.
– Você vai ficar calado por muito mais tempo? – Luke perguntou colocando um papel na frente do rapaz – As coisas aqui dentro não param, garoto.
Sem pensar duas vezes, Cris assinou o papel e saiu da sala com um enorme sorriso no rosto. O único pensamento que passou por sua mente era o de contar para sua mãe as novidades, mas mudou de ideia pouco tempo depois. Ele entrou de volta no quarto onde acordara e puxou o celular de cima da mesa. Em baixo dele havia um envelope fechado com um selo da KHM colado. Era uma carta que Henry havia escrito.
“Querido Cris, sei que nunca tivemos um grande contato direto, mas Motti fala bastante de você para mim e Karen. Quando soube que havia entrado no estágio da Atomis me senti extremamente culpado por não ter lhe oferecido o mesmo! Resolvi fazer essa doação apenas como uma forma de retratação pela minha postura. Espero que você esteja melhor e torço para que o Lebre consiga uma perna nova para correr. Saiba que minhas portas estarão sempre abertas para você, caso queria conhecer mais da empresa.
Forte abraços, Henry.”
Usando o número que estava na base do selo, Cris ligou para o escritório e ouviu a secretaria dizer:
– Boa tarde, escritórios da KHZ, como posso ajudá-lo.
Ele sentiu sua cabeça explodir. Aquelas palavras soaram como uma luz na escuridão. O celular escorregou de sua mão e ficou caído no chão enquanto ele corria pelos longos corredores frios a procura de seu supervisor. Ele sentou na frente de Luke, que tomava um café no refeitório. Seus lábios tremiam, mas nenhuma palavra saia de sua boca. Sua testa suava e seus olhos estavam estáticos olhando para frente.
– Você quer um gole do café? – Luke perguntou esticando seu copo.
– Se… Senhor, – Ele gaguejava de nervosismo – eu seu quem esta por trás do assassinato dos soldados Nebula.
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Confira o capítulo anterior clicando no link abaixo:
HERÓIS DAS TERRAS VERMELHAS | CORRIDA ATÉ O LIMITE! – CAPÍTULO 06 DO ORIGINAL COXINHA NERD!
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