‘The Crown’ retorna com uma das mais relevantes temporadas da série
Se você tem o mínimo de interesse pela família real britânica, é impossível não estar curioso com a 4ª temporada da série The Crown, da Netflix.
Esta, de fato, foi uma temporada desafiadora, afinal a década de 80 é uma das mais documentadas e debatidas da realeza. Os espectadores certamente terão na memória, ainda vivas as lembranças de muitos dos acontecimentos, e os criadores do show, novamente, foram extremamente assertivos.
A temporada que se passa entre os anos 80 e 90 trazem precisão nos acontecimentos aliados a liberdade criativa, sem tirar a Rainha do centro da narrativa.
Os destaques do 4ª ano do show, certamente são, a entrada de Lady Diana para a família real e suas relações com a mesma e seu marido, o Príncipe Charles; bem como os atritos da Rainha com a primeira-ministra Margaret Thatcher. A forma como tais eventos foram inseridos, e o desenvolvimento dessa relação com o passar dos anos foi impactante, principalmente para quem sempre acompanhou tais histórias pelas mídias, na época.
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A 4ª temporada de ‘The Crown’ não só contou detalhes particulares, que a muito eram tidos somente como rumores; mas também se aprofundou em costumes da realeza desconhecidos por muitos. A exemplo disso temos os testes realizados para que os recém chegados, chamado de ‘Teste de Balmoral’. A cerimônia em si, repleta de bebida e brincadeiras divertidas, nada mais é que um disfarce para analizar se aquela pessoa se adequa ou não, ao convívio dos reais.
Para o espectador, fica claro que determinadas atitudes são tão antiquadas quanto a existência de uma monarquia, e de como eles ignoram muito do que acontece no mundo; a prova disso é a “disputa” entre a Rainha e Thatcher; e a invasão do palácio por um civil que só precisava ser ouvido.
Em tempo, é preciso ressaltar que o arco narrativo de Thatcher foi de extrema relevância, principalmente por abordar a misoginia que ela enfrentou e sua abordagem severa.
Contudo, os olhos do público estão voltados para a trajetória de Diana nesta temporada; e assim como na vida real, Diana, vivida por Emma Corrin roubou os holofotes. A cada cena de sua personagem ela brilhava, e era impossível não se estar vidrado em suas falas, caracterização, trejeitos e até mesmo nos momentos em que ela só permanecia em silêncio. Emma Corrin, personificou Diana com maestria, e merece ser lembrada eternamente por isso, bem como a verdadeira Lady Di.
A cena de iniciação de Diana na família Real é tão simbólica, desde o cortejo fúnebre do veado caçado, até sua carcaça pendurada na parede, tudo parecia um presságio do que seria seus anos junto com aquela família. Simbolismo maior é a de seu casamento, que sabemos de sua existência mas não o vimos, como uma analogia de que tudo não passou de um simples conto de fadas para Lady Di.
A angústia e a dor de Diana são retratadas de várias maneiras, incluindo um distúrbio alimentar e seu próprio relacionamento extraconjugal, depois de tantas vezes rejeitada pelo marido, que mantém um caso com Camila.
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Os demais membros da família surgem através da narrativa como complemento das tramas, no entanto, ambos deixam claro a dor e a solidão existente naquele meio, e como o afeto nunca esteve presente, bem como o reconhecimento.
Um dos episódios, podemos dizer que talvez um dos mais emocionates, é o dedicado à Princesa Margaret, que após “quase morte”, precisou ressignificar sua vida e acaba descobrindo membros diretos da familia que foram esquecidos -propositalmente- em hospitais psiquiátricos, para que o nome da família real não fosse manchado; e mesmo assim, sabendo de tal atitude, ela ainda prefere manter seu status e honrar a coroa. Tal ato deixa claro para quem assiste que a tradição, dentro daquele âmbito, fala muito mais alto que o coração.
O final da temporada nos oferece um vislumbre agridoce do que podemos esperar do 5º ano do show.
O conjunto: produção, figurino, roteiro e atuação estão excelentes e não me adimiraria se fossem mais uma vez indicados às principais premiações.
No mais, os padrões de The Crown foram mais do que elevados nesta temporada; não só como uma história extremamente relevante, mas também como uma das melhores produções da Netflix.
A 4ª temporada de The Crown estreia dia 15 de novembro na Netflix