Contam as lendas que, há muito tempo, caiu dos céus uma belíssima princesa. Tratava-se de Konohana Sakuya-Hime e, no local de seu pouso, uma também bela flor surgiu. Esta flor era o que hoje conhecemos por “Sakura”, a flor de cerejeira.
As cerejeiras, além de produzirem o famoso fruto, também são as criadoras da flor de cinco pétalas muito apreciada pelos japoneses desde as eras samurais e considerada flor nacional do país. Existem mais de 300 variações da espécie e as flores vão de um tom pálido quase branco a uma coloração intensa. Contudo, todas as formas que aparecem são consideradas representantes da beleza feminina, do amor, da felicidade, renovação e da esperança.
A florada da cerejeira é uma temporada aguardada, pois marca a transição do inverno para a primavera. Quando se aproxima, é costume dos japoneses se antenar na previsão do tempo e notícias para tentar determinar quando os botões se abrirão.
O motivo da inquietação? Apesar de muito bonita, as Sakuras duram pouco tempo, em média três dias. Por este motivo, também representam a fragilidade da vida. No período em que as flores se abrem, é possível observar o acontecimento de vários festivais e “Hanamis” pela terra do sol nascente, afinal, é um período de apreciação à cerejeira.
Nestes eventos, as pessoas se reúnem nas sombras das árvores para cantar, dançar ou simplesmente relaxar, fazer um piquenique e tirar fotos. Também ficam torcendo para uma pétala soprada pelo vento cair na cabeça de alguém, trazendo a boa sorte. Só não vale chacoalhar a árvore para derrubar elas!
A FESTA DE APRECIAÇÃO À CEREJEIRA
Para nossa alegria, a imigração japonesa trouxe para o nosso país esse trechinho de sua cultura, juntamente de várias mudas de cerejeira simbolizando paz e amizade entre as duas nações.
Este fato possibilitou o surgimento de lugares como o Bosque das Cerejeiras no parque do Carmo, em São Paulo. O lugar conta com cerca de 4000 exemplares e é o segundo maior do mundo, se desconsiderarmos o Japão. Foi lá que ocorreu a 39ª edição da Festa das Cerejeiras!
Durante o evento, de entrada franca, os visitantes puderam apreciar uma boa florada, bem carregada e pouco afetada pela chuva. Tirando a garoa que afetou a visita do sábado e enlameou o chão, o clima estava ótimo. Isto ajudou bastante para o sucesso da festa, que contava com atrações produzidas por todas as idades e para todas as idades!
Haviam diversas barraquinhas trazendo comidas e doces típicos japoneses, bem como quitutes brasileiros para os paladares mais difíceis. Logo na entrada do bosque, havia um palco coberto cercado por um grande tatami de borracha e cadeiras, onde aconteceram as apresentações da cultura japonesa realizadas por grupos espalhados por toda São Paulo. Era possível presenciar danças de criancinhas de cinco anos até a terceira idade, apresentações de habilidades, sincronia, taiko e canto.
Um fato que ficou muito evidente em todo o evento foi a educação dos visitantes, que refletia os traços japoneses. Cadeiras e bancos eram preferencialmente ocupados por idosos, gestantes e mães recentes. O lixo no chão era escasso e o respeito às arvores visível. Ninguém arrancava as flores ou quebrava galhos para levar de recordação. Um exemplo a ser seguido!
Infelizmente, tudo que é bom dura pouco. Teremos de esperar até o ano que vem para a próxima florada mas, pelo menos as fotos e as lembranças são lindas! Dá só uma olhada!
[Best_Wordpress_Gallery id=”145″ gal_title=”hanami”]
Veja mais sobre Eventos