Pedro Aguilera e Daina Giannecchini falam sobre a temporada final de 3%

Chegou na Netflix, a última temporada de 3%, sua primeira série original brasileira. A distopia que estreou em 2016, se baseou em uma “web série”  disponibilizada no Youtube, e foi, de fato, uma aposta ousada do streaming, que logo ganhou repercussão mundial, tornando-se um sucesso internacional.

Tivemos a oportunidade de conversar com o criador da série Pedro Aguilera e a diretora Daina Giannecchini que falaram sobre os processos criativos e o que a série representa para o audiovisual brasileiro.

Este último ano apresenta uma guerra eminente entre o Maralto e Concha. Em meio a um novo processo iniciado a revelia, Joana, Marcos, Rafael e cia são convidados à conhecer o Maralto. O que parece ser uma missão de paz se torna um caos onde todos serão afetados. O Mundo que era dividido será forçado a se unir… será que vai dar certo?

Pedro conta abaixo o que esperar, além da união dos personagens:

“Podemos esperara essa luta, mas os conflitos internos ainda existem. Isso é parte da humanidade e da vida, a gente converge e diverge a todo tempo. E essa temporada também tem muitas questões sobre fanatismo, enfim… acho que são temas importantes para o mundo todo”. Daina complementa “Foi um processo de maturidade dos personagens eles aquietam um pouco essas rivalidades. Imagina tem relações lá que são muito graves, Marco ameaçou matar a Joana e isso não tem como passar a borracha, mas eles aquietam em partes, em prol de juntos tentar conseguir alguma coisa, Reunindo o que eles tem em comum. Mas eu gosto também de pensar, uma coisa que me chamou a atenção desde o inicio quando a gente estava ainda lendo os roteiros, é como, eles tem essa maturidade de se juntarem enquanto grupo, mas individualmente se aprofundam muito nas questões familiares; é uma temporada que fala muito sobre família. Se antes vamos eles em ebulição uns com os outros, agora é mais eles com eles mesmos”.

Perguntamos também sobre o processo criativo de construção dos mundo que conhecemos, Maralto, Concha e Continente, e Aguilera explicou: “Eu digo que foi um processo gradual, eu lembro de discutirmos sobre a existência das coisas, por exemplo “Tem industria no Maralto para produzir roupas?” E como pesava as coisas da individualidade, da coletividade nos vários mundos. Quando foi com a concha também, foi na mesma forma. Como você pensa em romper com o mundo que você conhece, ma ao mesmo tempo é difícil por que as coisas do mundo onde você cresceu, que você conhece, acabam ressurgindo nas criações e tal. Não se te falar muito bem o processo, mas é muito da gente sentar e parar e imaginar e debater muito com todos os envolvidos da equipe criativa (Roteiristas, diretores de arte, figurinistas, fotografia…)“.

Ambos falaram sobre quão significativo é o momento, já exibido no trailer da Joana chegando ao Maralto, “A Joana pisando no Maralto, essa com certeza foi uma frase repetimos tantas vezes na sala de roteiro” – Diz Pedro; “Essa foi realmente uma temporada de fortes cenas, e fortes emoções” – Completa Giannecchini.

Para nós 3% é motivo de orgulho e certamente um divisor de águas na industria audiovisual, Mas o que ela deixa de legado? Esse foi nosso questionamento, que o criador do show, fez questão de responder:

Eu gosto de falar de quão arriscado foi eles escolherem essa série para ser a primeira, algo que o público não estava acostumado no Brasil, mas que deu certo né. Eu lembro de quando começou, eu não levava isso tão em conta, mas lá para a segunda temporada, começou a cair a ficha: “Nossa eles foram muito ousados, de escolher uma ficção científica, distópica para ser a primeira”. Eu lembro de falar com os executivos da Netflix: “Ow, Você arriscou, né?!” E ele só sorriu, como quem diz, ahh deu certo né?! Mas eu acho que essa coisa do gênero e da gente expandir as nossas oportunidades audiovisuais para tudo quanto é lado… é uma coisa positiva que eu espero que 3% tenha influenciado na direção certa, que a gente aqui no Brasil pode fazer obras de diversos tipos, dialogando com diversas linguagens e com expectativas do público.

Foi gratificante conversas com essa dupla que trouxe tanto do Brasil para as telas, que nos entregou um final utópico em meio a uma distopia, mas mais do que isso nos deu uma história ímpar, emocionante e repleta de simbolismos que inspiram esperança. Orgulho demais de 3%!

Todas as temporadas de 3% estão disponíveis na Netflix

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