“Nera” Batman não? “Nera”?
Quando li pela primeira vez que
Christopher Nolan iria se aventurar em um filme de guerra, sem dúvidas fiquei curioso para saber como seria a linguagem e o formato a se seguir. Para quem tem no currículo filmes como a trilogia Batman – O cavaleiro das trevas (2005, 2008 e 2012), Inception (2010) e Interestelar (2014), no mínimo iria entregar um filme tecnicamente impecável. Foi mais ou menos isso.
Vamos a sinopse:
“Na Operação Dínamo, mais conhecida como a Evacuação de Dunquerque, soldados aliados da Bélgica, do Império Britânico e da França são rodeados pelo exército alemão e devem ser resgatados durante uma feroz batalha no início da Segunda Guerra Mundial. A história acompanha três momentos distintos: uma hora de confronto no céu, onde o piloto Farrier (Tom Hardy) precisa destruir um avião inimigo, um dia inteiro em alto mar, onde o civil britânico Dawson (Mark Rylance) leva seu barco de passeio para ajudar a resgatar o exército de seu país, e uma semana na praia, onde o jovem soldado Tommy (Fionn Whitehead) busca escapar a qualquer preço. “
Dunkirk se passa durante a Segunda Guerra Mundial, a Alemanha avança rumo à França e cerca as tropas aliadas nas praias de Dunkirk. Sob cobertura aérea e terrestre das forças britânicas e francesas, as tropas são lentamente evacuadas da praia. Parece meio fraco não é? Gente, é tenso demais.
O longa trás praticamente a mesma equipe que Nolan trabalhou em Batman,
Tom Hardy (Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge – 2012) é um piloto com o desafio de proteger as tropas que estão expostas na praia de Dunkirk durante a evacuação dos ingleses.
Cillian Murphy (Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge – 2012, A Origem – 2010) dá vida a um soldado traumatizado pelos acontecimentos recentes durante este resgate, e devido a estes traumas, acaba se envolvendo em situações críticas para qualquer ser humano em sã consciência.
Harry Styles, ex membro da banda inglesa
One Direction, faz uma ponta no filme, eu tive a sensação de que a qualquer momento ele iria cantar algo, mas graças, não aconteceu.
Além de Bane e do Espantalho, a trilha sonora ficou por conta de
Hanz Zimmer, um som completamente imersivo e necessário para a proposta do filme.
O grande trunfo de Nolan aqui é a eficientíssima imersão do público. Sendo assim, o mérito está na criação da atmosfera de guerra, deixando o espectador como participante das situações, assim como os personagens no longa. Para se ter uma ideia, quando um corpo é carregado na areia, a câmera balança, quando eles estão em uma superfície estável, ela fica fixa, como se estivéssemos dentro da ação. O roteiro com poucas falas, mas acelera com o som de um relógio indicando que o tempo está acabando para aquele acontecimento. Dessa forma Nolan abre as portas para uma experiência imersiva brutal.
Porém, sempre existe algo para melhorar!
Dunkirk pareceu não atingir o seu máximo devido ao próprio Nolan. Com muita gente para se desenvolver a história, e um elenco muito forte, a sensação que temos é de que muita coisa foi desperdiçada. Exceção é
Kenneth Branagh (Cinderela – 2015), conseguiu tirar leite de pedra do pequeno espaço que tem. O roteiro pareceu fragmentado, não se preocupando com a construção dos personagens em si, não conseguimos de fato nos ligar sentimentalmente a qualquer um deles, nos conectamos com a produção de fato.
Mesmo assim
Dunkirk é um filme muito bem produzido, mas faltou um pouco de originalidade. Fazer um filme de guerra com emoção
Platoon em 1986 já acertou em cheio, muitas histórias de guerras já foram contadas, mesmo sendo uma linda obra (digna de Oscar). Nolan, nós te conhecemos, você consegue muito mais.
Vale o ingresso, sem dúvida. Uma ótima diversão!
Dunkirk chega no circuito nacional no dia
27 de Julho.
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