E VOCÊS? CONHECEM CRAZYHEAD?
Para os que gostam de séries que quase ninguém vê, aqui vai uma boa dica para
maratonar essa semana.
Crazyhead é uma produção inglesa de 2016, em conjunto com o canal Channel 4 e a Netflix. Misturando sobrenatural, aventura e comédia, a série é uma versão mais adulta da saudosa
Buffy: A caça-vampiros.
Temos a jovem frágil
Amy (Cara Theobold), que passou um período na ala psiquiátrica por ter “visões” de demônios. Aparentemente tratada, ela ganha alta e volta para sua vida normal como atendente em um boliche, porém em uma festa ela acaba
presenciando um demônio perseguindo uma mulher chamada Raquel, a partir daí as duas se juntam para enfrentar uma
horda de demônios que pretendem dominar o mundo.
A série tem um
enredo bem clichê e em alguns momentos
exageram nas piadas sobre gays e sexo, mas a química das protagonistas e a ideia de mulheres estarem no papel de salvadoras da humanidade acabam dando certo.
A trama gira em torno dos poderes de
Raquel (Susan Wokoma) e porque os demônios estão atrás dela. Raquel tem essas visões desde a adolescência, por isso não é boa em fazer amizades, morando com o irmão
Tyler (Arinzé Kene), que não sabe sobre suas “missões”, ela se sente muito solitária.
Juntando Raquel (Susan brilha no papel) com a confusa e inexperiente
Amy e seu amigo
Jake (Lewis Reeves), como motorista oficial das meninas, temos um grupo de caçadores de demônios ou qualquer outro ser que por descuido apareça.
Gostei muito do primeiro episódio, que é narrado de maneira não-linear, mostrando a dupla tentando fazer um exorcismo com o auxilio do Google, sendo uma sacada muito boa para aos poucos conhecermos a história de cada um.
A série não pretende ser espetacular e inovadora, com apenas seis episódios de 45 minutos, Crazyhead é uma homenagem aos clássicos filmes e séries sobre o tema de maneira escrachada. Servindo como introdução aos personagens, a primeira temporada é um arco fechado, apenas um grande vilão a ser detonado,
Callum (Tony Curran) como o chefe dos demônios e seu plano “infalível” de abrir um portal que irá
libertar milhares de demônios do inferno.
A dinâmica das personagens femininas é a melhor parte dessa série, pena que os papéis masculinos não acompanharam o ritmo. Jake é bobão e tem piadas fracas, mas no último episódio o ator demonstra que foi o roteiro que não lhe favoreceu, ele seria ótimo como vilão. O irmão Raquel some muitas vezes durante a história e como par romântico de Amy não funciona.
O destaque são os demônios,
Mercy (Lu Corfield) é um exemplo, possuindo o corpo de uma mãe solteira, ela precisa se preocupar com a disponibilidade da babá, colocar o filho pra dormir antes de enfrentar Raquel e Amy e decidir se o “filho” será ou não possuído também, sendo um dos personagens mais interessantes.
A amiga de Amy,
Suzanne (Riann Steele) tem um arco importante, revelando que não são apenas demônios que podem aparecer na Terra, mas outros seres também e no final existe um gancho bom para uma futura segunda temporada (ainda não confirmada).
A série tem problemas. O enredo trava nas situações de fuga de Amy e Raquel, o que me vez ficar distraída em alguns momentos, por não ter uma grande complexidade narrativa isso pode acontecer, mas funciona como comédia pra passar o tempo e relaxar. Com uma mensagem bonita sobre amizade e demônios sendo caçados por uma dupla nada convencional, CrazyHead merece sua atenção.
A primeira temporada de Crazyhead está disponível no catálogo da
Netflix.
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